O fundo imobiliário DEVA11, conhecido por sua atuação no segmento de recebíveis imobiliários, divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de novembro, trazendo atualizações relevantes sobre distribuição de rendimentos, eventos de crédito, pré-pagamentos de operações e indicadores da carteira. O período foi marcado por movimentações que reduziram exposições específicas e ajustaram o perfil dos ativos do fundo.
Distribuição de rendimentos no mês
Em novembro, o DEVA11 distribuiu um total de R$ 6,18 milhões em rendimentos, o equivalente a R$ 0,44 por cota, valor isento de Imposto de Renda para pessoas físicas. Considerando a cotação de fechamento do mercado no período, o pagamento representou um dividend yield de 1,86% no mês.
Segundo o relatório, essa distribuição corresponde a uma remuneração de 177,49% do CDI. Quando considerado o gross up do Imposto de Renda, o rendimento equivale a 208,81% do CDI, conforme metodologia apresentada pela gestão.
Nos últimos 12 meses, o fundo acumulou um dividend yield de 20,50%, com média mensal de 1,40%. Nesse mesmo intervalo, o DEVA11 distribuiu R$ 4,84 por cota aos seus cotistas, mantendo um histórico relevante de pagamentos ao longo do período.
Eventos relevantes e pré-pagamentos de operações
O principal destaque do mês foi o pré-pagamento integral da operação Thermas São Pedro Resort, ocorrido em 13 de novembro. A operação estava anteriormente submetida a um processo de arbitragem, em função de divergências contratuais entre as partes, e chegou a apresentar histórico de inadimplência durante o período de contestação.
Com a liquidação antecipada do CRI, o fundo encerrou completamente sua exposição ao ativo. Como previsto nas condições contratuais de encerramento, o DEVA11 recebeu um prêmio de aproximadamente R$ 201 mil, valor que contribuiu para o resultado do período.
Além disso, como fato subsequente ao encerramento de novembro, a gestão comunicou o pré-pagamento integral da operação Grupo CEM, com a liquidação total do CRI ocorrendo em dezembro. Esse movimento também resultou na eliminação integral da exposição do fundo a esse ativo específico.
Carteira de CRIs e indicadores de risco
Ao final de novembro, a carteira de CRIs do DEVA11 apresentou uma taxa de inadimplência de 7,5%, refletindo o estágio de determinados créditos ainda em acompanhamento. A gestão informou que segue monitorando os ativos com maior atenção, especialmente aqueles que passaram por renegociações ou eventos extraordinários ao longo do ano.
A taxa média ponderada da carteira de CRIs encerrou o período em IPCA + 10,66% ao ano, indicador que reflete o perfil de remuneração dos ativos que compõem o portfólio do fundo.
Outro dado relevante foi o ajuste na duration média da carteira, que passou a ser de 3,2 anos. Segundo o relatório, esse movimento está alinhado às mudanças ocorridas com os pré-pagamentos e à recomposição gradual do portfólio após a liquidação de operações específicas.
Impactos dos pré-pagamentos no fundo
Os pré-pagamentos registrados, tanto no caso do Thermas São Pedro Resort quanto no Grupo CEM, tiveram impacto direto na composição da carteira do DEVA11. Com a liquidação dessas operações, o fundo reduz sua exposição a ativos que apresentaram histórico de disputas contratuais ou passaram por processos extraordinários.
A gestão destacou que os recursos provenientes dessas liquidações podem ser utilizados conforme a estratégia do fundo, respeitando as diretrizes previstas em regulamento e as condições de mercado vigentes. O relatório não detalhou novas alocações específicas no período, mantendo o foco na atualização dos eventos ocorridos.
Base de cotistas e dimensão do fundo
Ao final de novembro, o DEVA11 contava com uma base de 81.122 cotistas, número que reflete a ampla pulverização do fundo entre investidores no mercado imobiliário listado. Esse dado reforça a relevância do fundo no segmento de recebíveis imobiliários e sua presença entre os FIIs mais acompanhados do mercado.
Considerações gerais do relatório
O relatório de novembro evidencia um mês marcado por eventos não recorrentes, especialmente relacionados a liquidações antecipadas de CRIs, que impactaram tanto o resultado quanto a estrutura da carteira. Ao mesmo tempo, os indicadores divulgados mostram ajustes no perfil de risco e na duration média dos ativos, refletindo as mudanças ocorridas no portfólio.
A divulgação também reforça a importância do acompanhamento contínuo dos ativos de crédito, sobretudo em um fundo com maior exposição a operações estruturadas, característica que historicamente gera maior atenção por parte do mercado.



