A proposta que movimentou o mercado de fundos imobiliários nos últimos meses acaba de ser concretizada. O GGRC11 (GGR Covepi Renda) oficializou nesta quinta-feira (9) a compra de todos os imóveis do portfólio do fundo RELG11 (REC Logística), em uma operação que totaliza R$ 133,45 milhões e marca um novo capítulo para ambos os fundos.
O Investidor de FIIs já havia antecipado a negociação em março deste ano, quando o GGRC11 apresentou uma proposta para absorver os ativos logísticos do RELG11 — movimento que, à época, foi visto como estratégico para consolidar o posicionamento do fundo comprador no setor de galpões.
Agora, com a assinatura do contrato de compra e venda e a superação das condições precedentes, a transação foi formalmente concluída.
O que foi adquirido?
O GGRC11 passa a ser o novo proprietário de quatro conjuntos de imóveis logísticos, somando 50.109 m² de área bruta locável (ABL), distribuídos nos seguintes ativos:
- REC LOG Contagem (MG): 8.080 m²
- REC LOG Cotia (SP): 18.078 m²
- REC LOG Extrema (MG): 11.616 m²
- REC LOG Queimados (RJ): 12.335 m²
Todos os imóveis são galpões industriais/logísticos com padrão técnico elevado, localizados em regiões com demanda consolidada, o que tende a favorecer a continuidade dos contratos de locação e eventual valorização no médio e longo prazo.
Forma de pagamento: cotas em troca de imóveis
A operação foi estruturada de forma inusitada, mas estratégica para os dois lados. Em vez de um pagamento em dinheiro, o GGRC11 fez a quitação por meio da emissão de 11.789.417 cotas da sua 9ª emissão. Essas cotas foram subscritas pelo RELG11 e serão entregues em 14 de maio de 2025.
Ou seja, os cotistas do RELG11 passam agora a deter uma participação no GGRC11, e a rentabilidade futura dependerá do desempenho desse novo fundo em carteira.
A operação ainda prevê um ajuste de preço de até 10%, a ser apurado em dois momentos: no 6º e no 12º mês após a liberação das cotas no mercado secundário.
Impacto esperado nos rendimentos
De acordo com o fato relevante publicado pelo RELG11, a estimativa de resultado mensal para o fundo, considerando os rendimentos atuais do GGRC11, fica entre R$ 0,75 e R$ 0,79 por cota.
Esse valor é apenas uma estimativa baseada na rentabilidade recente do GGRC11 e não representa garantia de retorno futuro, como alertado pelo próprio administrador.
O que muda para o RELG11?
Na prática, o RELG11 se torna, agora, um fundo detentor de cotas do GGRC11, em vez de imóveis físicos. Isso pode representar uma maior liquidez e diversificação para os cotistas, embora também mude o perfil do fundo — saindo do segmento de imóveis logísticos e caminhando para uma estrutura híbrida ou até mesmo com possibilidade de liquidação futura, a depender das decisões da gestão.
Não há, até o momento, anúncio formal de encerramento das atividades do RELG11, mas a alienação total de seus ativos sugere que o fundo pode passar por um processo de redefinição estratégica.
Para o GGRC11, mais um passo em sua expansão
Com essa aquisição, o GGRC11 adiciona mais de 50 mil m² de ABL ao seu portfólio e fortalece sua presença em três estados (SP, MG e RJ). A diversificação geográfica e setorial segue como uma das principais estratégias da gestão, que vem apostando em transações fora do padrão tradicional para alavancar crescimento com eficiência.
A capacidade do GGRC11 de realizar aquisições por meio da emissão de cotas também mostra fôlego para crescimento via estruturações criativas, em um momento em que muitos FIIs buscam liquidez no mercado secundário.