O fundo imobiliário VRTA11, conhecido por sua atuação no setor de CRIs e por contar com mais de 100 mil cotistas, divulgou nesta semana um fato relevante que chamou a atenção do mercado. A notícia envolve a Fragnani Empreendimentos e Participações S.A., uma das devedoras de um dos Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) presentes na carteira do fundo.
A Fragnani, juntamente com outras sete empresas do mesmo grupo, entrou com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Regional de Competência Empresarial de Campinas, em São Paulo. A movimentação, protocolada no último dia 21 de maio, traz um alerta para os investidores que acompanham o desempenho do VRTA11, que tem 4,17% de seu patrimônio líquido alocado nos CRIs da Fragnani, especificamente nas 1ª e 2ª séries da 6ª emissão da Habitasec Securitizadora.
O que isso significa para os cotistas do VRTA11?
De acordo com o comunicado emitido pelo fundo, não há impacto imediato sobre o pagamento de dividendos, o que deve tranquilizar os mais de 100 mil investidores que acompanham de perto o rendimento mensal do Fator Verita. A gestora informou que:
- Os CRIs afetados são créditos extraconcursais, ou seja, não estão sujeitos ao plano de recuperação judicial;
- A operação conta com garantias reais que suportam o saldo devedor;
- O time gestor está monitorando de perto a situação e adotará medidas cabíveis para proteger o fundo e os seus cotistas.
Apesar da notícia não trazer efeitos práticos imediatos sobre os rendimentos do VRTA11, o mercado costuma reagir de forma cautelosa diante de movimentações judiciais envolvendo devedores de CRIs. Isso porque, mesmo com garantias e priorização no recebimento, o risco de inadimplência futura pode afetar a percepção de risco do ativo.
Sobre a Fragnani e os CRIs em questão
A Fragnani é uma companhia do setor cerâmico, com sede em Cordeirópolis/SP, e responde por uma parte relevante da operação de CRI adquirida pelo VRTA11. Esses títulos de crédito são lastreados em recebíveis imobiliários e costumam atrair investidores justamente por oferecerem rentabilidades superiores à média — acompanhadas, claro, de riscos proporcionais.
No caso do VRTA11, a exposição à Fragnani representa pouco mais de 4% do portfólio, o que, embora não seja um volume alarmante, ainda é significativo em termos de alocação. O fundo busca diversificação entre os papéis que compõem sua carteira, mas episódios como este servem de lembrete sobre os riscos envolvidos em fundos do tipo “papel”.
Histórico do VRTA11 e postura da gestão
Com gestão da FAR – Fator Administração de Recursos, o VRTA11 é um fundo com foco em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) e costuma apresentar uma rentabilidade consistente, característica que atraiu milhares de investidores ao longo dos últimos anos.
A postura da gestora neste caso específico segue uma linha de transparência e agilidade, reforçando que continuará tomando todas as providências para preservar o capital investido. Além disso, a sinalização clara de que os dividendos seguem garantidos traz certo alívio em um cenário que poderia causar mais apreensão.
E agora?
O desdobramento do pedido de recuperação judicial da Fragnani será monitorado de perto pelos gestores do fundo, e novos comunicados podem ser emitidos conforme o avanço do processo. Investidores devem manter atenção, mas sem pânico: o fundo reforçou que o impacto imediato é nulo nos proventos e que os CRIs em questão possuem garantias contratuais.
Por fim, este episódio mostra como é importante conhecer bem os ativos que compõem um fundo de CRIs e acompanhar de perto os fatos relevantes, que funcionam como uma ponte direta entre a gestão e os cotistas.