O cenário macroeconômico atual vem exigindo cautela dos investidores. Em meio a uma política fiscal expansionista e uma política monetária ainda restritiva, o fundo imobiliário HSLG11 surpreendeu com uma decisão estratégica voltada à saúde financeira de longo prazo do portfólio. Mesmo em um ambiente de juros altos e incertezas sobre o crescimento, a gestão optou por antecipar o pagamento de parte dos juros de um de seus CRIs, reduzindo o endividamento futuro e reforçando a solidez do fundo.
A medida, realizada de forma discricionária, envolveu a liquidação antecipada de R$ 1,6 milhão em juros acumulados do CRI “BTS Meli (1) – IPCA”, operação feita sem incidência de multa. Com essa decisão, o HSLG11 espera economizar cerca de R$ 204 mil ao longo dos próximos 12 meses — o que representa uma economia de R$ 0,02 por cota. Essa movimentação demonstra uma gestão proativa, focada em otimizar os resultados mesmo em um ambiente econômico desafiador.
Fundamentos pressionam inflação, mas mostram desaceleração
No plano macroeconômico, o Brasil vive um momento de contradições. Enquanto o governo segue acelerando a economia por meio de medidas como o aumento do crédito consignado, ampliação de programas sociais e liberação de precatórios, o Banco Central continua apertando as rédeas com uma política monetária restritiva. O IPCA-15 de maio, no entanto, trouxe um sinal de alívio: a inflação desacelerou para 0,36%, abaixo das expectativas do mercado (0,44%).
A possível elevação do IOF pode pressionar o crédito bancário e gerar efeitos colaterais tanto no consumo quanto na concessão de novos empréstimos. A expectativa da gestão do fundo é que a Selic permaneça em 14,75% até o início de 2026, uma revisão em relação ao cenário anterior. Mesmo assim, as projeções internas para o PIB (5,80%) e IPCA (2,50%) seguem acima da mediana de mercado.
Portfolio 100% ocupado e com valorização de aluguel
Apesar do cenário macro adverso, o HSLG11 apresenta um portfólio sólido e eficiente. O fundo mantém 100% de ocupação em seus imóveis, com locações consideradas competitivas para ativos de padrão AAA. Todos os galpões estão localizados a até 30 km da capital mais próxima, o que garante atratividade para empresas logísticas.
Recentemente, os contratos com Assaí e Trouw Nutrition, que ocupam juntos 71.970 m² do empreendimento “HSI Log. Dutra”, passaram por reajustes inflacionários de 5,48% (IPCA acumulado dos últimos 12 meses). Isso fez com que o valor médio por metro quadrado no local subisse de R$ 22,80 para R$ 23,40. Já o portfólio como um todo saltou de R$ 25,20/m² para R$ 25,50/m².
Além disso, o valor de mercado por metro quadrado dos ativos encerrou o mês de maio em R$ 2.758, reforçando o posicionamento do fundo entre os mais bem avaliados do segmento logístico.
Obras com o Mercado Livre avançam e podem destravar nova geração de receita
Um dos principais projetos do fundo, o BTS com o Mercado Livre na região metropolitana de Curitiba, está com 78,5% das obras concluídas. As frentes de trabalho avançam em ritmo acelerado, incluindo instalação elétrica, combate a incêndio, acabamento interno e externo, além da preparação da infraestrutura externa como áreas verdes, docas, e sistemas de drenagem.
O progresso constante do projeto é um dos pilares que sustentam a confiança da gestão em manter os resultados operacionais em alta, mesmo diante dos desafios externos. A expectativa é que, com a conclusão dessa entrega, o fundo agregue ainda mais qualidade ao seu portfólio e aumente o potencial de geração de renda futura.
Gestão mostra preparo diante de um 2025 ainda incerto
Diante de um 2025 que promete continuar marcado por incertezas fiscais e juros elevados, a postura da gestão do HSLG11 se mostra prudente e focada na longevidade. A antecipação de juros, a manutenção da ocupação plena, o avanço em projetos estratégicos e os reajustes inflacionários aplicados nos contratos revelam um fundo que segue performando de forma consistente mesmo em tempos adversos.
Para os cotistas, essas ações deixam uma mensagem clara: há um plano sólido por trás da operação, com decisões que buscam mitigar riscos e garantir previsibilidade nos rendimentos — mesmo diante da elevada exposição à Casas Bahia.