Movimentações de maio mostram estratégia de diversificação e gestão cautelosa diante do cenário pós-safra
O FIAGRO XPAG11 divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de maio de 2025, apresentando novas movimentações relevantes na carteira e atualizações sobre operações em andamento. O fundo segue focado em diversificação e gestão ativa dos riscos, com destaque para uma nova alocação estratégica com garantias sólidas no setor de armazenagem.
Alocação com garantia da Cargill marca entrada em novo segmento
Durante o mês, o fundo investiu R$ 35 milhões no CRA da Spasso, uma empresa consolidada no setor de armazenagem de grãos. A operação conta com garantia de contrato take-or-pay com a Cargill, uma das maiores empresas agrícolas do mundo. Além disso, foram adicionadas garantias como alienação fiduciária de imóvel e aval dos sócios.
A movimentação marca a entrada do XPAG11 no segmento de armazenagem, considerado um dos principais gargalos do agronegócio nacional. Segundo a gestora, essa alocação contribui para a diversificação da carteira e amplia o perfil de devedores do fundo.
Alocação do portfólio segue distribuída entre diferentes instrumentos
No fim de maio, o patrimônio do XPAG11 estava alocado da seguinte forma:
- 77,0% em CRA
- 12,5% em cotas de FIDC Fiagro
- 4,8% em CRI Agro
- 5,6% em caixa
Além da nova alocação, o fundo realizou a alienação de R$ 3 milhões do CRA da Copagril e R$ 2 milhões do CRA da Usina Santa Fé, ajustando pontualmente a exposição a determinados riscos de crédito.
Riscos monitorados após a safra e impacto climático no setor
Com a safra de soja finalizada, a atenção da gestão se voltou para o comportamento dos produtores quanto ao pagamento de compromissos com revendas e cooperativas. Apesar do volume recorde da colheita, muitos produtores têm adiado pagamentos, esperando por uma recuperação nos preços da commodity.
No entanto, os principais nomes da carteira — Agrícola Crestani, Tecoha, Sierentz (SLC) e Grupo Carvalho Dias — já haviam fixado suas vendas com antecedência e seguem adimplentes.
O fundo também mantém exposição a fornecedores como Solubio e Agrogalaxy. No caso da Agrogalaxy, em processo de recuperação judicial, houve homologação do plano de RJ em maio, e o XPAG11 aguarda os próximos passos da negociação da carteira de recebíveis com outros credores.
Setor sucroenergético é impactado por chuvas em maio
O relatório também menciona o impacto das chuvas de maio no setor sucroenergético, com a paralisação da moagem em diversas usinas. Apesar do impacto de curto prazo no fluxo de caixa, o cenário é parcialmente positivo, pois o clima favorece a cana que será colhida no segundo semestre.
Ainda assim, a gestão alerta para o risco de “bisagem” da cana, caso o excesso de chuvas atrase o ritmo de moagem e parte da produção fique para a próxima safra.
Pré-pagamento de operação e resultado líquido estável
Outro ponto de destaque foi o pré-pagamento do CRA da Coopertradição, no valor integral de R$ 18,3 milhões, com recompra exercida pela própria empresa.
Em relação aos resultados, o XPAG11 apresentou um resultado líquido de R$ 13,64 milhões em maio, levemente abaixo dos R$ 13,91 milhões registrados em abril, refletindo as movimentações de carteira e ajustes pontuais.
Conclusão
O XPAG11 segue focado em diversificação setorial e mitigação de riscos, com destaque para a entrada no setor de armazenagem por meio de operação robusta com garantias relevantes. A gestão segue atenta ao cenário pós-safra e ao andamento de processos de crédito em empresas em recuperação, mantendo uma atuação proativa na composição do portfólio.