O fundo imobiliário MXRF11, maior FII da Bolsa em número de cotistas, divulgou seu relatório gerencial com os resultados de junho. Com mais de 1,3 milhão de investidores, o Maxi Renda continua atraindo a atenção do mercado — especialmente pela performance sólida em meio a um cenário econômico desafiador.
Panorama macroeconômico e impacto nos FIIs
O mês de junho foi marcado por uma leve alta no IFIX, que fechou com valorização de 0,63%. Segundo o Boletim Focus de 7 de julho, as projeções para 2025 indicaram recuo no IPCA (de 5,44% para 5,18%) e também no IGP-M (de 4,16% para 2,25%). Já a taxa Selic subiu levemente, passando de 14,75% para 15,00% nas estimativas do mercado.
Um destaque foi o desempenho do IGMI-R, que mede os preços de imóveis residenciais. A alta de 1,44% em maio levou o acumulado de 12 meses para impressionantes 11,36%, superando índices como IPCA (5,32%), IGP-M (7,02%) e INCC-M (7,17%).
Mais de 1,3 milhão de cotistas e foco em CRIs
O MXRF11 segue com foco estratégico: alocar 80% do seu patrimônio líquido em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários) com bons emissores e alta atratividade, enquanto os outros 20% são direcionados a permutas financeiras e posições táticas em FIIs, estruturadas de forma similar a CRIs.
No mês, a gestão realizou a aquisição de quatro novos CRIs — entre eles, operações robustas com Helbor e Sicredi. No entanto, não houve novos aportes em permutas financeiras ou movimentações relevantes no book de FIIs.
Destaques no portfólio de crédito
Entre os principais ativos adquiridos, destacam-se:
- CRI Helbor Multi Renda Urbana (R$ 11,96 milhões): lastreado em CCBs imobiliárias com garantias sólidas, como unidades nos empreendimentos Helbor Corporate Tower e Trilogy, além de contratos com empresas como WeWork e Hub da Saúde.
- CRI Sicredi (R$ 92,23 milhões): com rentabilidade de IPCA + 7,70% a.a., garantido por sete agências avaliadas em R$ 133 milhões. O Sicredi é uma das instituições financeiras mais confiáveis do país, com rating AAA pelas principais agências globais.
Além disso, o fundo também adquiriu, já em julho, R$ 20 milhões do CRI JK Square, a IPCA + 9,0361% a.a., lastreado em um moderno edifício corporativo na cidade de São Paulo.
Rendimentos e distribuição
Em junho, o fundo distribuiu R$ 0,10 por cota, pagos em 14/07/2025 aos cotistas com posição em 30/06/2025. Considerando o preço de fechamento da cota em junho (R$ 9,52), a distribuição representou 101,33% do CDI líquido, ou 118,77% com gross-up de 15% de impostos — um rendimento expressivo frente a outras alternativas de renda fixa.
Os resultados por book foram:
- CRIs: R$ 38,57 milhões
- FIIs: R$ 5,42 milhões
- Permutas financeiras: R$ 2,7 milhões
O fundo ainda mantém uma reserva de correção monetária de R$ 34,51 milhões, equivalente a R$ 0,0789 por cota, o que pode contribuir para manter a estabilidade dos rendimentos nos próximos meses.
Gestão ativa e vigilância de crédito
O time gestor do MXRF11 segue atento à saúde financeira das empresas emissoras dos CRIs. Com o aumento dos juros e o aperto monetário, o monitoramento das companhias investidas e suas diretorias financeiras é constante, permitindo decisões ágeis em caso de qualquer deterioração de crédito.
De forma transparente, o relatório traz entre as páginas 14 e 22 uma tabela detalhada com as garantias de cada operação de crédito, além de comentários da gestão.
Considerações finais
O desempenho do MXRF11 em junho mostra resiliência e gestão ativa, mesmo em um ambiente de incertezas econômicas. A capacidade do fundo de girar posições com ganho de capital e identificar oportunidades no mercado secundário reforça sua proposta de geração consistente de caixa.
Com uma base crescente de cotistas e foco claro em qualidade de crédito, o Maxi Renda segue como uma das principais referências entre os FIIs de papel.