O HTMX11, fundo hoteleiro mais conhecido da B3, apresentou em seu relatório gerencial os resultados referentes a julho e agosto de 2025. O documento destacou os efeitos da sazonalidade no setor hoteleiro e trouxe detalhes sobre as vendas de unidades, desempenho operacional e perspectivas para os próximos meses.
Desempenho do setor hoteleiro
Seguindo o padrão histórico, julho registrou menor atividade na hotelaria de São Paulo. As férias escolares e a baixa concentração de feiras e eventos corporativos contribuíram para um movimento mais fraco nos hotéis.
Porém, em agosto, o cenário mudou. A retomada das atividades corporativas e a realização de grandes feiras impulsionaram o fluxo de visitantes na capital paulista. Entre os destaques estiveram a FENABRAVE, a Intersolar South America, a Fisa e a Fishing Brasil, reforçando São Paulo como o principal centro de negócios do país.
O calendário do segundo semestre se mostra favorável, com menos feriados prolongados e a presença de importantes eventos que devem sustentar melhores níveis de ocupação e de RevPAR nos próximos meses.
Resultados financeiros e desinvestimentos
O fundo reportou a venda de duas unidades hoteleiras em agosto, que geraram R$ 517.208,99 em receita, resultando em R$ 467.621,84 líquidos ou R$ 0,1619 por cota após dedução da taxa de performance.
Desde o início do ciclo de desinvestimento, já foram alienadas 576 unidades, totalizando R$ 46,13 por cota amortizada. Atualmente, o portfólio do HTMX11 conta com 772 unidades distribuídas em 20 hotéis.
Indicadores operacionais
Os indicadores de julho mostraram leve enfraquecimento frente ao mesmo período de 2024. A taxa de ocupação recuou de 64% para 60%, enquanto a diária média avançou de R$ 484 para R$ 501, alta de 3%.
Com isso, o RevPAR (receita por apartamento disponível) encerrou o mês em R$ 300, praticamente estável em relação ao ano anterior (R$ 302), refletindo a queda de ocupação compensada pelo aumento das diárias.
A receita de aluguéis apurada em agosto, referente à operação de julho, foi de R$ 3.158 por apartamento, representando uma queda de 17% em comparação ao mesmo período de 2024.
Cenário macroeconômico
No cenário nacional, o Banco Central manteve a taxa Selic estável, reforçando uma postura cautelosa e sinalizando que os cortes de juros podem demorar. O IPCA-15 de setembro ficou abaixo das expectativas, mas os serviços subjacentes continuam pressionados.
Já nos Estados Unidos, o Federal Reserve cortou os juros em 25 pontos-base, para a faixa entre 4,00% e 4,25%. A decisão foi motivada por sinais de enfraquecimento no mercado de trabalho, embora a inflação siga acima da meta.
Esses fatores macroeconômicos influenciam diretamente os custos de financiamento e a atratividade dos fundos imobiliários, incluindo os hoteleiros, que dependem da retomada consistente do setor de serviços e turismo.
Perspectivas
O segundo semestre de 2025 deve ser positivo para a hotelaria paulista, sustentado pelo calendário de feiras e congressos. O gestor reforça que a combinação de maior demanda e menor impacto de feriados prolongados pode elevar os indicadores do fundo.
O HTMX11 segue com estratégia de desinvestimento gradual, o que tem garantido amortizações relevantes aos cotistas. O equilíbrio entre venda de ativos, geração de receita operacional e manutenção da carteira hoteleira continuará sendo acompanhado de perto pelo mercado.