O mercado de fundos imobiliários encerrou a semana em tom positivo. O IFIX registrou alta de 0,30% no pregão desta sexta-feira (3), fechando em 3.584,89 pontos e recuperando parte das perdas acumuladas no início do mês. O movimento reflete uma retomada gradual do otimismo entre os investidores após dias de volatilidade no setor.
O índice operou 100% do tempo no campo positivo, consolidando o primeiro pregão de outubro com desempenho contínuo de valorização. Com esse resultado, o IFIX acumulou alta semanal de 0,17%, garantindo o segundo melhor desempenho da série histórica, apenas 0,13% abaixo do recorde obtido em 30 de setembro.
Desempenho do IFIX na semana
Durante o pregão, o IFIX atingiu mínima de 3.574,05 pontos e máxima de 3.586,21 pontos, encerrando próximo ao topo do dia. No acumulado do mês, o índice ainda apresenta leve queda de 0,13%, mas no ano, o desempenho segue expressivo: +15,04% até agora, refletindo o fortalecimento gradual do mercado de fundos imobiliários em meio à expectativa de um cenário macroeconômico mais favorável.
Entre os fatores que contribuíram para o bom desempenho do IFIX nesta semana estão a retomada de apetite por risco e o avanço de fundos com portfólios sólidos, especialmente entre os de tijolo e crédito imobiliário.
Maiores altas da semana
Entre os destaques positivos da semana, o HSAF11 (HSI Ativos Financeiros) liderou o ranking, com alta de 2,92%, encerrando o pregão a R$ 79,78. O fundo foi impulsionado pelo bom desempenho de ativos de crédito privado, beneficiados pela estabilidade nas taxas de juros e pela retomada gradual de emissões no mercado secundário.
Logo em seguida, o URPR11 (URCA Prime Renda) valorizou 2,72%, cotado a R$ 37,00, mantendo o ritmo consistente dos últimos meses. O fundo tem se destacado pela distribuição regular de rendimentos e pela diversificação de seus CRIs, o que reforça sua atratividade entre investidores que buscam renda previsível.
O TRXF11 (TRX Real Estate) também figurou entre as maiores altas, com ganho de 1,83%, fechando o dia em R$ 100,07. O fundo — que possui mais de 70 imóveis e patrimônio líquido acima de R$ 3 bilhões — está em processo de nova emissão de cotas, que busca captar cerca de R$ 2 bilhões. O preço da nova emissão, de R$ 100,33 por cota, incluindo taxa de subscrição, reforça a confiança dos gestores na estabilidade do ativo.
Outros destaques positivos foram o BLMG11 (Bluemacaw Logística), que subiu 1,6%, e o TGAR11 (TG Ativo Real), com avanço de 1,51%, refletindo o bom momento dos segmentos logístico e de desenvolvimento.
Maiores quedas da semana
Na outra ponta, o TRBL11 (Tellus Rio Bravo Renda Logística) registrou queda de 1,89%, encerrando o pregão a R$ 60,83. Desde o anúncio de que o fundo ingressou na Justiça contra os Correios, buscando indenização superior a R$ 300 milhões, o ativo acumula mais de 9% de desvalorização. O caso segue gerando apreensão no mercado, dada a incerteza sobre o desfecho da disputa.
Outros fundos que recuaram na semana foram o SPXS11 (SPX SYN Mult), com baixa de 1,28%, o LIFE11 (Life Capital Partners), que caiu 1,20%, e o CPSH11 (Shoppings AAA), com retração de 1,11%. O RBFF11 (Rio Bravo IFIX) também teve leve queda, de 1,05%, completando a lista das maiores baixas do período.
Fundos de maior liquidez mantêm estabilidade
Entre os fundos mais negociados da bolsa, o MXRF11 avançou 1,04%, sendo cotado a R$ 9,68, enquanto o CPTS11 teve alta de 0,52%, chegando a R$ 7,69. Já o GGRC11 encerrou o dia praticamente estável, com leve valorização de 0,20%, a R$ 9,99.
Esses fundos seguem entre os mais líquidos do IFIX, e por isso costumam ter comportamento mais alinhado ao movimento geral do índice.
Atual composição do IFIX
A carteira teórica do IFIX é revisada pela B3 a cada quatro meses, levando em consideração critérios como valor patrimonial, liquidez das cotas e regularidade no pagamento de dividendos. A atual composição, válida de setembro até o fim de dezembro, conta com 115 fundos imobiliários.
Com a alta de 0,30% no pregão e o avanço semanal de 0,17%, o IFIX confirma o bom início de outubro, reforçando o otimismo gradual dos investidores e a resiliência do mercado de FIIs, mesmo diante de um ambiente econômico ainda em ajuste.