O fundo imobiliário BTAL11, gerido pelo BTG Pactual e focado no setor agro logístico, anunciou a distribuição de dividendos de R$ 0,90 por cota, com pagamento previsto para o dia 26 de agosto de 2025. Terão direito ao provento os cotistas posicionados até 19 de agosto. A informação movimenta o mercado e chama atenção para a performance recente do fundo, que vem apresentando números consistentes em seu portfólio.
Desempenho financeiro recente
Em junho de 2025, o BTAL11 registrou receita bruta de R$ 4,9 milhões, equivalente a R$ 0,82 por cota. Após o pagamento das despesas, o resultado líquido ficou em R$ 4,4 milhões, ou R$ 0,74 por cota. A distribuição de R$ 0,90 neste período representou um dividend yield anualizado de 13,80% sobre o valor de mercado, e de 9,60% quando comparado à cota patrimonial.
Esse número reforça a estratégia de linearização dos pagamentos. O fundo encerrou o mês de julho com mais de R$ 22 milhões em caixa, além de uma reserva total de R$ 0,70 por cota disponível para distribuição. Essa reserva inclui os valores da SPE Santo Antônio, que devem ser integralmente transferidos ao fundo ao longo do mês de agosto.
Estratégia de gestão e movimentações no portfólio
A administração do BTAL11 também anunciou que está em processo de desinvestimento da SPE Santo Antônio. Essa operação, quando concluída, aumentará de forma relevante o caixa disponível e abrirá espaço para novas alocações, sempre alinhadas à estratégia do fundo.
Além disso, em comum acordo com a Andali S.A., o BTAL11 decidiu pelo resgate antecipado da 233ª série da 1ª emissão de CRI emitida pela Habitasec Securitizadora. A medida faz parte de uma política de readequação da precificação do portfólio, priorizando ativos com maior potencial de geração de resultados em um cenário de juros elevados.
Contexto econômico
O mês de julho foi marcado por um IPCA de 0,26%, levemente acima dos 0,24% registrados em junho. No acumulado de 12 meses, a inflação chegou a 5,22%, permanecendo acima do teto da meta. Dentro do índice, os maiores impactos vieram de Habitação, com alta de 0,91%. Em contrapartida, Alimentação e Bebidas apresentou deflação de -0,27%, enquanto Vestuário recuou -0,54%.
Esse cenário influencia diretamente a estratégia de fundos como o BTAL11, que precisam balancear risco, retorno e preservação de caixa diante das oscilações do mercado.
Possível transformação em fiagro
Um dos pontos de maior impacto para os cotistas é a consulta que será submetida pela gestão: a transformação do BTAL11 de FII para FIAGRO, conforme previsto na Resolução CVM nº 175. Essa mudança ampliaria as possibilidades de investimento, mantendo o foco em operações ligadas ao agronegócio, mas incluindo alternativas como:
- valores mobiliários de agentes do agro;
- direitos creditórios do setor;
- imóveis rurais;
- participações em empresas ligadas às cadeias produtivas;
- cotas de outros fundos com foco predominante no agronegócio.
Recompra de cotas e novos projetos
Outra novidade é a inclusão de um mecanismo de recompra de cotas, limitado a até 10% das cotas emitidas em 12 meses, respeitando as diretrizes da CVM. Essa medida é vista como uma forma de potencializar a criação de valor e dar mais flexibilidade à gestão.
Segundo a gestora, já existe um pipeline robusto de operações com expectativa de liquidação ainda em 2025. Essas iniciativas devem fortalecer a geração de resultados e consolidar o BTAL11 como um dos fundos agro logísticos de maior relevância no mercado.
Conclusão
Com a manutenção de dividendos consistentes, reforço de reservas de caixa e propostas estratégicas que incluem a possível transformação em FIAGRO e recompra de cotas, o BTAL11 mostra que segue ativo na busca por oportunidades e otimização de sua carteira. Os próximos meses prometem ser decisivos para definir os rumos do fundo e os impactos diretos para seus cotistas.