O fundo imobiliário BTRA11, voltado para investimentos em terras agrícolas e administrado pelo BTG Pactual, divulgou uma operação de destaque que marca mais um passo em sua estratégia de reestruturação de portfólio. A transação envolve a venda integral de um de seus ativos no Mato Grosso, o que traz impacto direto para a posição de caixa do fundo e pode repercutir no pagamento de dividendos ao longo do semestre.
Venda de fazenda no Mato Grosso movimenta milhões
De acordo com o fato relevante, o BTRA11 concluiu a venda da Fazenda Cachoeirinha III, localizada em Campo Novo do Parecis (MT). O imóvel foi negociado pelo valor de R$ 35,5 milhões, em pagamento à vista.
Essa operação encerra também o contrato de direito real de superfície que havia sido firmado com Rui Prado e Cátia Prado, superficiários do ativo. Com a venda, houve a renúncia da opção de compra por parte deles, conforme estava previsto contratualmente, simplificando a gestão e eliminando eventuais pendências ligadas ao ativo.
Impacto na distribuição de resultados
Segundo a administração e gestão do fundo, a venda da fazenda gera um lucro equivalente a aproximadamente R$ 0,72 por cota. Esse montante, no entanto, não será distribuído de forma imediata em sua totalidade. A expectativa é que os valores sejam pagos aos investidores ao longo do semestre, o que pode significar um reforço na previsibilidade de rendimentos do BTRA11 nos próximos meses.
Para investidores que acompanham de perto os FIIs do setor agrícola, esse tipo de movimento é relevante, pois mostra não apenas a liquidez dos ativos em carteira, mas também a capacidade da gestão em executar operações de venda com ganho de capital significativo.
Fundo ganha reforço em caixa
Além do impacto na distribuição, a operação fortalece a estrutura financeira do fundo. Com a transação concluída, o BTRA11 passa a contar com cerca de R$ 100 milhões em caixa. Esse reforço amplia a margem de manobra da gestora para novas oportunidades de investimento, seja em aquisição de terras agrícolas estratégicas ou em eventuais distribuições adicionais aos cotistas.
Esse movimento está alinhado à estratégia declarada pelo BTG Pactual de reestruturação do portfólio, que busca manter um equilíbrio saudável entre ativos agrícolas rentáveis e liquidez para futuras movimentações.
O que esperar daqui para frente
O setor de FIIs agrícolas ainda é relativamente novo no mercado brasileiro, mas vem chamando atenção pela diversificação que oferece em relação a fundos de recebíveis e fundos de tijolo tradicionais, como logísticos e shoppings. No caso do BTRA11, a gestão já vinha sinalizando a intenção de reciclar ativos e dar maior flexibilidade ao fundo.
Com a venda da Fazenda Cachoeirinha III, a tendência é que novas movimentações possam ocorrer nos próximos meses, aproveitando o caixa robusto. Isso pode se traduzir tanto em novas aquisições estratégicas como em reforços na distribuição de resultados aos investidores.
Para o cotista, a notícia indica que o fundo segue ativo em sua estratégia de longo prazo e que a venda, além de gerar lucro imediato, também traz estabilidade financeira para possíveis novos passos.