Dia D dos FIIs: veja os dividendos de junho e o que mais chamou atenção

O último dia útil de maio trouxe aquele momento tão esperado por milhares de investidores: o crédito dos dividendos dos fundos imobiliários, que tradicionalmente acontece no último dia do mês. E em junho não foi diferente. Com os pagamentos pingando nas contas nesta sexta-feira (31), o famoso “dia D dos FIIs” chegou com força total e trouxe várias surpresas — boas e nem tanto.

Além de ser um termômetro da carteira para muitos investidores, os dividendos dos FIIs são também uma das maiores vantagens da categoria, por oferecerem renda passiva mensal, geralmente isenta de imposto de renda para pessoas físicas. Por isso, o último dia do mês se transforma em uma data especial para quem acompanha de perto o mercado imobiliário na Bolsa.

Em meio a um cenário ainda pressionado por juros elevados e discussões fiscais no Brasil, os fundos apresentaram rendimentos variados neste mês de junho. Enquanto alguns mantiveram a regularidade, outros surpreenderam com aumentos – ou cortes – que acenderam alertas e despertaram novas análises.

Dividendos de junho: destaques e variações

Abaixo, você pode conferir a tabela completa com os valores anunciados por cada fundo. Alguns dos destaques ficam por conta dos FIIs de papel, que continuam oferecendo yield elevado mesmo com a inflação em desaceleração, e dos fundos de tijolo com contratos atípicos, que conseguiram manter boa previsibilidade de receita.

Entre os rendimentos que chamaram atenção neste mês, aparecem fundos que anunciaram dividendos acima de R$ 1 por cota, número cada vez mais raro diante do atual contexto de estabilização da inflação e manutenção da Selic em 14,75% ao ano. Por outro lado, alguns FIIs apresentaram leve redução nas distribuições, reflexo de vacância temporária, inadimplência em CRIs ou eventos não recorrentes.

E o IFIX?

Embora o grande foco esteja nos dividendos, o contexto de mercado também ajuda a entender os números. O IFIX encerrou o mês de maio com uma valorização de 1,44%, fechando o pregão do dia 30 em 3.461,93 pontos, novo recorde histórico. Foi o terceiro pregão seguido em alta, consolidando a recuperação do índice após um início de mês instável.

Mesmo com o susto da nova Selic elevada anunciada no Copom do dia 7, o índice conseguiu se manter firme. A percepção de que os FIIs continuam negociados, em média, abaixo de seus valores patrimoniais sustentou a demanda e favoreceu o movimento de alta, ainda que gradual.

O que avaliar agora?

Passado o “dia D”, os investidores já começam a planejar os próximos passos. A recomendação de especialistas continua sendo a mesma: avaliar a consistência dos rendimentos ao longo do tempo, observar os relatórios gerenciais e não se deixar levar apenas por um único mês com dividendos altos.

Nos fundos de tijolo, vale analisar:

• A localização dos imóveis;
• O índice de vacância atual;
• O tipo de contrato (típico ou atípico) e a duração dos aluguéis.

Nos fundos de papel e FOFs, é essencial observar:

• A qualidade dos CRIs e das garantias envolvidas;
• A diversificação da carteira;
• O histórico de adimplência e de repasses.

Conclusão

O mês de junho começa com os investidores já contabilizando seus rendimentos, atualizando planilhas e avaliando estratégias. Em um cenário ainda desafiador para a renda variável tradicional, os fundos imobiliários seguem oferecendo uma combinação atrativa de previsibilidade, isenção fiscal e oportunidades de valorização.

Quem acompanha de perto o setor sabe que cada mês traz aprendizados — e os dividendos de hoje, além de movimentarem o bolso, também servem como bússola para os próximos passos da carteira.