O FII FATN11 (BRC Renda Corporativa) segue mostrando força no segmento de lajes corporativas em São Paulo. Focado na aquisição e geração de renda por meio de imóveis corporativos reformados e prontos para uso, o fundo tem mantido uma taxa de ocupação elevada e resultados consistentes, mesmo em um cenário competitivo.
Foco no middle market e contratos de longo prazo
O FATN11 opera com uma estratégia de “middle market”, priorizando imóveis com alta liquidez e contratos do tipo Built to Suit, que garantem estabilidade e previsibilidade ao portfólio. Nesses contratos atípicos, não há revisional, e os prazos e multas são mais longos que o convencional, assegurando ao fundo uma renda constante e protegida contra oscilações de curto prazo.
Os imóveis são entregues no modelo plug and play, ou seja, completamente prontos para uso — mobiliados, reformados e adaptados conforme as necessidades dos inquilinos. Essa abordagem tem garantido ao fundo uma alta rotatividade saudável, com tempo médio de recolocação de apenas 13 dias entre a saída de um locatário e a entrada de outro. Em alguns casos, a formalização do novo contrato ocorre antes mesmo da desocupação do anterior.
Portfólio diversificado e bem localizado
Com as aquisições mais recentes, o FATN11 passou a contar com 34.717 m² de área bruta locável (ABL) distribuídos em 119 lajes corporativas, localizadas em 52 edifícios nas regiões mais valorizadas de São Paulo — como Vila Olímpia, Itaim Bibi, Faria Lima, Berrini, Brooklin, Jardins e Paulista. O fundo possui 107 inquilinos diferentes, o que dilui o risco e aumenta a estabilidade de sua receita.
Esses números reforçam o posicionamento do FATN11 como um fundo com portfólio sólido e diversificação relevante, tanto em número de ativos quanto em setores de atuação dos inquilinos.
Receita cresce com novos contratos e reajustes
Em agosto, a receita de locação apresentou alta de 9,64% em relação ao mês anterior, impulsionada por novos contratos e reajustes monetários anuais. Os destaques foram os conjuntos do Edifício Brasílio Machado, The Taj e Gaudí, que começaram a gerar novas receitas, além de reajustes aplicados em quatro contratos.
Apesar de algumas transições de locatários — como no Edifício Business Center — e postergações pontuais de pagamentos, o saldo foi positivo, resultando em crescimento de 4,48% na receita total. Parte desse valor veio da distribuição gradual de ganhos de capital provenientes da venda de ativos, que ainda soma cerca de R$ 364 mil a serem distribuídos.
O FATN11 também registrou R$ 126,6 mil em dividendos recebidos do fundo TJKB11, mantendo o mesmo patamar do mês anterior.
Aumento pontual nas despesas
As despesas do fundo subiram 6,58% em relação a julho, cerca de R$ 70 mil a mais, devido principalmente às corretagens e custos de securitização. Esse aumento, porém, é considerado pontual, já que em casos de transição de locatários as multas rescisórias costumam cobrir as despesas com corretagem — podendo haver apenas um descasamento de tempo entre a saída e a compensação financeira.
Expansão com novas aquisições
Mantendo sua estratégia de crescimento, o FATN11 concluiu em agosto a aquisição do conjunto 32B do Edifício Brasílio Machado, parte da operação com o FII Oxigênio. A parceria prevê que o Oxigênio realize o retrofit dos imóveis e os integre ao FATN11 após as reformas e novas locações, reforçando a expansão sustentável do portfólio.
Liquidez e crescimento do número de cotistas
O FATN11 encerrou o mês com 22.040 cotistas, um crescimento de 5% em relação a julho. O volume negociado foi de R$ 24,2 milhões, o que representa 5,15% do patrimônio líquido. Apesar da redução de 41% frente ao mês anterior, o número segue 30% acima da média dos últimos 12 meses, mostrando a boa liquidez e interesse do mercado no fundo, que permanece dentro da carteira do IFIX.
Perspectivas
Com resultados positivos e um modelo de gestão focado em eficiência, o FATN11 se consolida como um fundo de renda corporativa resiliente e em expansão, combinando contratos de longo prazo, imóveis estratégicos e administração ativa. A expectativa é de que a continuidade das reformas e aquisições mantenha o ritmo de crescimento dos rendimentos e a valorização das cotas.