Fundo industrial avisa que impacto de postergações termina em junho; locatária desocupará área relevante
O FIIB11, fundo imobiliário focado em galpões industriais, divulgou seu relatório gerencial com uma atualização importante para os cotistas: a partir do segundo semestre de 2025, o rendimento distribuído deve cair de R$ 3,90 para cerca de R$ 3,50 por cota. A previsão é reflexo do fim de ajustes temporários feitos por conta de postergações relacionadas à pandemia e a eventos de 2024.
Durante o primeiro semestre de 2025, o fundo vinha distribuindo R$ 3,90 por cota, valor inflado por dois acordos pontuais de postergação — um relacionado à pandemia (R$ 0,11 por cota) e outro referente a alugueis vencidos em novembro e dezembro do ano passado (R$ 0,38 por cota). Esses valores serão totalmente quitados até junho, e não farão mais parte da base de cálculo da distribuição no segundo semestre.
Nova desocupação afetará receita a partir de julho
Outro ponto de atenção é a rescisão antecipada de contrato por parte de uma locatária no Bloco 2 – Módulo C, área de 585,43 m² que estava alugada até março de 2029. A devolução do espaço está prevista para junho de 2025, e não haverá cobrança de multa.
Com isso, o fundo estima um impacto negativo de R$ 0,03 por cota a partir de julho, afetando o fluxo de caixa mensal. Ainda que pareça pequeno, o valor se soma à queda de R$ 0,40 esperada pelo fim das postergações, totalizando R$ 0,43 a menos por cota no segundo semestre.
Expectativa de rendimento estável a partir de julho
A gestão do FIIB11 informa que, após esses ajustes, a expectativa é estabilizar o rendimento mensal em R$ 3,50 por cota, sempre respeitando a regra de distribuir no mínimo 95% do resultado semestral. O fundo alerta que essa projeção não é uma promessa de rendimento fixo, já que futuros eventos podem alterar o cenário.
Mesmo assim, a perspectiva é de uma distribuição mais linear e sustentável, já que os valores extraordinários deixarão de influenciar o resultado.
Vacância e inadimplência controladas
Apesar da saída prevista de um inquilino, o fundo segue com níveis saudáveis de ocupação e inadimplência sob controle. Em maio, a inadimplência registrada foi de apenas 0,57%. No total, o fundo possui 104.187 m² de área locável no Perini Business Park, o maior condomínio industrial multissetorial da América do Sul.
O empreendimento abriga empresas dos setores de logística, metal-mecânico, serviços e eletroeletrônicos, com galpões modulares e infraestrutura consolidada.
Questões jurídicas e pendências de cobrança
O relatório também informa que há valores pendentes relacionados a IPTU (R$ 20,9 mil) e condomínio (R$ 84,5 mil), dos quais a maior parte já se encontra em cobrança judicial.
Essas pendências, porém, representam frações pequenas do patrimônio e não impactam significativamente o resultado mensal do fundo, segundo a gestão.