O Fundo de Investimento Imobiliário Memorial Office (FMOF11), reconhecido por ser o primeiro fundo imobiliário criado no Brasil, anunciou uma nova amortização parcial de cotas marcada para o dia 11 de novembro de 2025. O comunicado, feito pela administradora Hedge Investments DTVM, confirma a devolução de R$ 16,6 milhões, equivalente a R$ 32,70 por cota aos investidores posicionados na data-base.
A decisão foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária realizada por consulta formal, encerrada em 11 de junho de 2025, e representa uma nova etapa no processo de liquidação dos ativos após a venda do Edifício Memorial Office Building, imóvel que deu origem ao fundo em 1994 — época em que o segmento de FIIs ainda engatinhava no país.
Parte dos recursos será mantida em caixa
De acordo com o fato relevante, o montante da amortização considera a retenção de cerca de R$ 3,5 milhões no caixa do fundo. Esse valor será destinado a cobrir despesas operacionais e possíveis contingências identificadas nas auditorias do comprador do imóvel. A segunda parcela da amortização está prevista para ocorrer após a resolução dessas pendências.
A administradora reforçou que os valores pagos a título de amortização estarão sujeitos à tributação conforme a legislação vigente, com alíquota de 20% sobre o rendimento tributável, ou seja, sobre a diferença entre o valor da amortização e o custo de aquisição das cotas de cada investidor.
Exemplo de cálculo e obrigações dos cotistas
O documento divulgado pelo fundo inclui um exemplo ilustrativo para ajudar os cotistas a entenderem o impacto tributário da operação. Considerando um custo médio de aquisição de R$ 35,00 por cota, o cálculo indicaria um rendimento tributável de R$ 18,37 por cota, sujeito à retenção do imposto de renda na fonte.
Para que a administradora possa apurar o valor correto do imposto, os cotistas devem enviar uma declaração com seu custo médio de aquisição até o dia 7 de novembro de 2025, pelo e-mail [email protected]. Caso o investidor não envie o documento dentro do prazo, será utilizado o preço mínimo histórico de negociação das cotas na B3 — também fixado em R$ 35,00 — como base de cálculo.
Contexto histórico e importância do FMOF11
Criado por Sérgio Belleza em 1994, o FMOF11 entrou para a história como o primeiro fundo imobiliário do Brasil, abrindo caminho para um mercado que hoje conta com centenas de FIIs listados e milhões de investidores. Seu ativo principal, o Edifício Memorial Office Building, localizado em São Paulo, foi o único imóvel do portfólio e gerou receitas de locação por décadas até ser vendido recentemente.
Com a alienação do imóvel, o fundo passou a operar em regime de desinvestimento, direcionando os recursos obtidos para amortizações e encerramento gradual das atividades. A distribuição de R$ 8,30 por cota em rendimentos, anunciada em 16 de outubro de 2025, foi resultado da primeira parcela da venda do edifício.
O que esperar da próxima etapa
A amortização marcada para novembro representa aproximadamente 41% do patrimônio do fundo, segundo os dados divulgados. Após a quitação das contingências e despesas remanescentes, é esperado que o FMOF11 realize uma segunda e última devolução de capital, concluindo assim sua trajetória de mais de três décadas no mercado.
Para os cotistas, o movimento simboliza o encerramento de um ciclo histórico, já que o FMOF11 foi pioneiro na estrutura de investimento coletivo em imóveis no país. Apesar de sua baixa liquidez atual, o fundo continua despertando interesse entre investidores que valorizam sua relevância simbólica e o pioneirismo de sua criação.