Os fundos imobiliários Hospital da Criança (HCRI11) e Hospital Nossa Senhora de Lourdes (NSLU11) anunciaram medidas estratégicas relevantes que impactam diretamente a estabilidade financeira e jurídica de seus ativos. Por meio de fatos relevantes divulgados em outubro de 2025, ambos os fundos formalizaram acordos com a locatária Rede D’Or São Luiz S.A., encerrando demandas judiciais existentes e celebrando novos contratos de locação de 30 anos, garantindo maior previsibilidade de receitas para os cotistas.
Detalhes do acordo judicial do HCRI11
O HCRI11, que detém o Hospital da Criança, definiu o pagamento do acordo judicial no montante total de R$ 14,22 milhões. Desse valor:
- 30% foram pagos como sinal;
- O saldo remanescente será quitado em 180 parcelas mensais de R$ 55,3 mil, corrigidas anualmente pelo IPCA/IBGE;
- O fundo assumirá os honorários de êxito dos escritórios contratados, totalizando R$ 307 mil.
Detalhes do acordo judicial do NSLU11
No caso do NSLU11, que possui o Hospital Nossa Senhora de Lourdes, o acordo alcançou valores significativamente maiores: R$ 155,78 milhões no total. A estrutura do pagamento segue o mesmo padrão:
- 30% do montante pago como sinal;
- Saldo restante em 180 parcelas mensais de R$ 605,8 mil, corrigidas pelo IPCA/IBGE;
- Honorários de êxito para este fundo somam R$ 11,53 milhões.
Condições dos novos contratos de locação
Além do encerramento das disputas judiciais, ambos os fundos assinaram novos contratos de locação de 30 anos, com condições semelhantes e padronizadas:
- Aluguel definido com base na média de três laudos de avaliação, elaborados por empresas reconhecidas do setor como Cushman & Wakefield, Colliers e Binswanger;
- Renúncia à revisão do aluguel durante os primeiros 9 anos de vigência;
- Exclusão da cláusula de aluguel vinculado ao faturamento da locatária;
- Previsão de multa específica em caso de rescisão antecipada e imotivada por parte da locatária.
Impacto financeiro e jurídico
Segundo a administradora, esses instrumentos representam um marco importante para ambos os fundos, pois trazem maior previsibilidade de receitas, segurança jurídica e valorização dos ativos, além de reduzir a exposição a litígios que poderiam afetar a distribuição de rendimentos. O acordo garante que a Rede D’Or assuma todas as obrigações relacionadas aos hospitais e oferece clareza quanto à gestão e ao fluxo de caixa futuro.
Riscos específicos dos fundos hospitalares
O setor de fundos hospitalares é considerado de alto risco, principalmente por se tratar de fundos monoativos e com poucos inquilinos, como é o caso da Rede D’Or nos exemplos de HCRI11 e NSLU11. A concentração em um único ativo ou locatário aumenta a exposição a inadimplência ou vacância, e a baixa liquidez desses fundos na bolsa dificulta a entrada e saída de investidores. Apesar dos contratos longos, a previsibilidade de receita pode ser afetada por eventos imprevistos, tornando esses fundos mais voláteis em comparação com FIIs de logística ou lajes corporativas.
Transparência e expectativa para investidores
Os fundos também ressaltaram que manterão os cotistas informados sobre eventuais desdobramentos adicionais e sobre a definição final dos novos valores de aluguel, que serão ajustados conforme os laudos das empresas de avaliação. Essa transparência reforça a confiança do mercado e contribui para a estabilidade do preço das cotas nos próximos anos.
Conclusão
Com a assinatura desses acordos, HCRI11 e NSLU11 consolidam uma base de receita previsível, fortalecendo o portfólio e ampliando a informação para os investidores. A expectativa é que a operação contribua para distribuições regulares e sustentáveis, alinhadas à política de dividendos dos fundos, que prioriza o pagamento mínimo de 95% do resultado semestral auferido em regime de caixa.