O HGRE11, fundo de lajes corporativas gerido pela Pátria Investimentos, acaba de anunciar uma operação relevante que movimentou o mercado de fundos imobiliários. Em fato relevante divulgado no dia 15 de maio de 2025, o fundo comunicou a venda de quatro conjuntos corporativos localizados na Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini, em São Paulo, com uma valorização expressiva sobre o valor investido. A transação reforça a estratégia ativa do fundo e já desperta o interesse de investidores atentos ao desempenho de FIIs com foco em escritórios.
Venda estratégica e lucro expressivo
O fundo firmou a escritura de venda dos conjuntos nº 281, 291, 321 e 331, todos pertencentes ao edifício na Berrini, tradicional polo corporativo da capital paulista. Os imóveis foram adquiridos em agosto de 2018, com um investimento total de R$ 52,5 milhões, considerando o valor de compra, custos e benfeitorias.
O valor obtido na venda foi de R$ 68,1 milhões, representando uma valorização de 29,7% em relação ao valor investido. Quando comparado ao laudo de avaliação mais recente, o ganho foi de 15,7%. A operação representa um valor de venda de R$ 23 mil por metro quadrado, contra os R$ 17,7 mil por metro quadrado investidos inicialmente.
Impacto direto no rendimento do cotista
Segundo o fato relevante, o lucro líquido apurado em regime de caixa é de R$ 15,6 milhões, o que representa cerca de R$ 1,32 por cota. Esse valor será incorporado à base de cálculo da distribuição de rendimentos do semestre, conforme as regras da Instrução CVM 472, que exige a distribuição de, no mínimo, 95% dos lucros em regime de caixa.
Além disso, com a venda dos conjuntos, o HGRE11 deixará de arcar com as despesas do conjunto 321, atualmente vago, e também não receberá mais os aluguéis dos conjuntos locados, que somavam R$ 306 mil mensais – o equivalente a R$ 0,03 por cota. Esses valores passam a ser integralmente da compradora, que agora assume todas as obrigações e direitos sobre os imóveis vendidos.
Retorno atrativo e gestão ativa
Outro ponto destacado no comunicado é a taxa interna de retorno (TIR) da operação, calculada em 10,8% ao ano, o que representa um desempenho interessante para ativos de renda passiva como os FIIs. Esse retorno reforça a capacidade da gestão ativa da Pátria em encontrar boas oportunidades de desinvestimento, aproveitando momentos favoráveis do mercado.
A venda está alinhada com a estratégia do fundo, já mencionada em relatórios anteriores, que visa otimizar o portfólio e buscar melhores retornos por meio de reciclagem de ativos.
O que continua no portfólio do HGRE11?
Apesar da alienação dos conjuntos mencionados, o fundo permanece proprietário de andares inteiros no mesmo edifício – especificamente nos andares 4º, 6º, 7º, 8º, 9º e 11º. Isso indica que a estratégia da gestora não visa o desinvestimento completo do ativo, mas sim um ajuste tático para aproveitar a valorização do mercado de lajes corporativas em regiões nobres.
A próxima edição do relatório gerencial trará mais detalhes sobre a transação, conforme informado pela administradora Banco Genial e pela gestora Pátria Investimentos.
O que os investidores devem observar agora?
Para os cotistas do HGRE11, o principal ponto de atenção será o reflexo do lucro na distribuição de rendimentos do semestre, que tende a ser positivamente impactada pelo ganho de capital. Por outro lado, com a venda, o fundo perde parte da geração de receita recorrente com aluguéis, o que pode afetar o rendimento mensal nos meses seguintes.
Esse tipo de movimentação é comum em fundos com gestão ativa, como é o caso do HGRE11, cujo portfólio é constantemente avaliado com foco em performance e liquidez.