O VBI Prime Properties FII (PVBI11) divulgou seu relatório gerencial referente a agosto de 2025, trazendo atualizações relevantes sobre o desempenho do fundo, movimentações de locatários e ajustes na distribuição de rendimentos. O mês foi marcado por uma conjuntura macroeconômica volátil, mas também por avanços importantes em termos de ocupação dos imóveis da carteira.
Cenário do mercado em agosto
Após a queda registrada em julho, agosto trouxe certo alívio para os fundos imobiliários. O IFIX encerrou o mês em alta de 1,2%, puxado principalmente pelos fundos de tijolo, que tiveram valorização de 1,5%, enquanto os fundos de papel subiram 0,5%.
O desempenho refletiu fatores internos e externos, como a divulgação de um IPCA abaixo das expectativas e a perspectiva de cortes de juros nos Estados Unidos após o discurso de Jerome Powell em Jackson Hole. Ao longo do mês, no entanto, a volatilidade também esteve presente, em função de tensões diplomáticas e preocupações fiscais no cenário doméstico.
Nesse ambiente, os FIIs seguiram sensíveis ao humor do mercado, mas agosto mostrou que há espaço para ganhos quando os vetores macroeconômicos são favoráveis.
Dividendos ajustados para R$ 0,45 por cota
O PVBI11 informou que a distribuição referente a agosto foi ajustada para R$ 0,45 por cota, paga em 5 de setembro. O valor representa uma redução em relação ao patamar anterior de R$ 0,50 por cota.
Segundo a administração, a decisão refletiu o impacto do timing das novas locações, combinado a carências e descontos comerciais que pressionaram o resultado recorrente. Em agosto, o fundo gerou receita total de R$ 0,62 por cota e resultado distribuível de R$ 0,53 por cota.
Entre os destaques do mês, houve o recebimento de R$ 0,08 por cota referente à multa pela saída de um inquilino no imóvel FL 4440. Parte dessa receita será contabilizada no próximo período.
A gestão destacou que a postura mais conservadora visa preservar reservas de lucro e dar maior previsibilidade aos cotistas. A expectativa é de recuperação gradual dos rendimentos até o fim do ano, acompanhando o fechamento da vacância e o término das carências comerciais.
Avanços na ocupação
O relatório também trouxe boas notícias quanto à ocupação. Em agosto, houve a entrada da Infra Capital com 300 m² no Union e a expansão da BW com 2.213 m² no FL 4440. Esses movimentos reduziram a vacância física do fundo para 16,8%.
Outras movimentações já contratadas incluem:
- Em setembro, a NF Advocacia ocupará 247 m² no The One, deixando apenas um andar vago.
- Também em setembro, a Timbro Trading assumirá espaço no Vera Cruz, após a saída da Serena.
- Para dezembro, está prevista a saída da Cascione do FL 4440.
- No início de 2026, a Julius Baer deixará dois andares no Vera Cruz, mas a administração acredita que a vacância será rapidamente absorvida antes mesmo da entrada dos espaços no mercado.
Esses avanços reforçam a perspectiva de crescimento da receita com a redução da vacância e também a diminuição das despesas de IPTU e condomínio à medida que mais áreas forem ocupadas.
Fundo sem alavancagem
Outro ponto de destaque do relatório é que, em 29 de agosto, o PVBI11 não possuía qualquer alavancagem ou obrigação por aquisição de imóveis. Essa condição dá maior flexibilidade financeira e reduz riscos em um momento de incertezas econômicas.
Perspectivas
A gestão do PVBI11 reforçou o compromisso com uma comunicação mais transparente após reconhecer que poderia ter sinalizado com mais clareza os riscos de manutenção do patamar anterior de dividendos. A expectativa agora é de que a evolução comercial e a recuperação gradual da vacância sustentem um movimento de retomada nos rendimentos nos próximos meses.
Em um cenário de juros ainda volátil, a seletividade permanece como fator-chave para os investidores, mas o fundo segue bem posicionado com portfólio de alto padrão e gestão conservadora.