O fundo imobiliário RZAT11, focado em imóveis logísticos e comerciais, divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de junho/25, trazendo números que reforçam a estratégia de estabilidade na distribuição de proventos. O fundo pagou R$ 1,05 por cota em julho, dentro da faixa prevista pela gestão, e manteve R$ 0,39 por cota em caixa para reforçar distribuições futuras.
Essa postura faz parte de uma política de retenção que busca suavizar eventuais oscilações nos rendimentos, especialmente em meses com impacto menor do IPCA — índice que corrige os contratos de aluguel do fundo.
Estratégia de previsibilidade
A gestora informou que a retenção atual tem como objetivo evitar quedas bruscas nos pagamentos mensais, proporcionando maior previsibilidade e segurança ao cotista. Com base nos dados disponíveis no momento, a expectativa é de que os dividendos mensais permaneçam entre R$ 0,95 e R$ 1,05 por cota nos próximos meses, variando conforme o comportamento do índice de inflação.
Isso significa que meses com IPCA mais alto tendem a impulsionar os rendimentos, enquanto períodos de inflação mais contida podem reduzir ligeiramente o valor distribuído.
Resultados e queda recente
O relatório também trouxe uma visão dos resultados contábeis recentes. Nos últimos três meses, o lucro líquido mensal foi de:
- Abril: R$ 5.055.363
- Maio: R$ 4.493.185
- Junho: R$ 2.907.417
A queda observada, especialmente em junho, está relacionada a ajustes pontuais e ao efeito do IPCA no período, mas a retenção em caixa tem ajudado a manter a regularidade nos pagamentos.
Um portfólio diversificado e valorizado
O RZAT11 possui atualmente 11 imóveis distribuídos em sete estados brasileiros e locados para nove inquilinos diferentes. A taxa média dos contratos é de IPCA + 9,7% ao ano, o que garante proteção contra a inflação e uma rentabilidade real atrativa.
Os imóveis foram adquiridos por um valor total de R$ 403 milhões, mas a última avaliação de mercado estimou o portfólio em R$ 718 milhões, evidenciando uma valorização significativa ao longo do tempo.
Além disso, 95% do patrimônio está alocado na estratégia principal do fundo, com o restante (5%) mantido em caixa. Importante destacar que o RZAT11 não possui alavancagem, o que reduz riscos financeiros e dá mais segurança aos cotistas.
Operação de sale leaseback com opção de recompra
Um dos destaques do relatório é a estrutura realizada com a Aliança Agrícola do Cerrado. Nessa transação, o fundo adquiriu um imóvel por R$ 60 milhões, pagos à vista, e simultaneamente vendeu uma opção de recompra para a Aliança com preço de exercício de R$ 35 milhões. Pela opção, recebeu R$ 25 milhões também à vista.
Na prática, essa operação se caracteriza como um sale leaseback com opção de recompra, gerando fluxo de caixa imediato e mantendo potencial de retorno futuro. Esse tipo de estrutura é visto como uma forma inteligente de monetizar ativos sem perder totalmente o vínculo com eles.
Olhando para frente
O cenário atual do RZAT11 mostra um fundo bem posicionado, com ativos de qualidade, diversificação geográfica e setorial, contratos corrigidos pela inflação e nenhuma dívida. A política de retenção de caixa tende a garantir estabilidade, algo muito valorizado por investidores que buscam previsibilidade de renda.
Com o IPCA ainda em patamar relevante, a perspectiva para os próximos meses é de manutenção do patamar atual de dividendos, com a possibilidade de ajustes pontuais conforme a inflação oscile. O fundo também mantém flexibilidade para novas operações que possam agregar valor, seja pela compra de novos ativos ou pela reciclagem do portfólio.