O SNAG11 divulgou seu relatório gerencial referente a agosto e trouxe novidades relevantes para seus cotistas. O fundo, que atua como um dos principais FIAGROs híbridos do mercado, apresentou números consistentes e reforçou sua resiliência mesmo em um cenário macroeconômico desafiador para o crédito rural no Brasil.
Aumento na distribuição e dividend yield expressivo
Um dos pontos mais destacados do relatório foi o novo patamar de distribuição alcançado pelo SNAG11, que passou a pagar R$ 0,12 por cota. Esse valor corresponde a um dividend yield anualizado de 16,04%, resultado considerado expressivo, especialmente diante da elevação da taxa Selic nos últimos meses.
Segundo a gestão, a decisão de elevar a distribuição está ancorada em reservas confortáveis que permitem sustentar esse nível de pagamento mínimo nos próximos meses. Dessa forma, os cotistas podem esperar uma previsibilidade maior em termos de fluxo de caixa no curto prazo.
Estratégia de venda e busca por liquidez
O relatório também trouxe informações sobre movimentações estratégicas na carteira. O fundo realizou a venda de R$ 11,7 milhões do CRA Boa Safra. A operação teve como objetivo ampliar a liquidez e abrir espaço para a busca de novos ativos, o que deve contribuir para a diversificação da carteira e fortalecer ainda mais a estratégia do fundo.
Essa movimentação reflete a postura ativa da Suno Asset em ajustar o portfólio do SNAG11 para aproveitar oportunidades que conciliem segurança e rentabilidade.
Destaque para a adimplência
Outro ponto reforçado pela gestão foi a manutenção da carteira totalmente saudável, com 100% de adimplência nos créditos. Isso contrasta com o cenário mais amplo do mercado de crédito rural no Brasil, que vem apresentando deterioração significativa nos últimos anos.
Enquanto a inadimplência bancária do setor praticamente dobrou desde 2022, alcançando 4,4% em 2025, e os produtores rurais pessoa física chegaram a registrar 7,9% de inadimplência no mesmo período, o SNAG11 conseguiu manter seu histórico impecável de recebimentos em dia há mais de três anos.
Contexto do agronegócio e importância da gestão
A carta de gestão deste mês abordou o momento de inflexão que o agronegócio brasileiro atravessa. O setor enfrenta maiores custos de crédito, taxas mais altas e pressão sobre margens, o que amplia os riscos de inadimplência.
Nesse cenário, a Suno Asset destacou como sua metodologia de seleção rigorosa de devedores, aliada ao uso de ferramentas tecnológicas de monitoramento, tem sido essencial para preservar a qualidade do portfólio do SNAG11.
Entre os recursos utilizados estão o Agro Score, desenvolvido pela Serasa Experian, e a plataforma Traive, que permitem um acompanhamento detalhado da saúde financeira e produtiva dos devedores.
Perspectivas para os próximos meses
Com base no pipeline de oportunidades, a expectativa é de que o fundo avance em um movimento de diversificação de portfólio, incorporando ativos que ofereçam spreads mais atrativos, mas sem abrir mão da segurança.
A gestão também ressaltou que, apesar do cenário macroeconômico restritivo, o agronegócio brasileiro segue mostrando força, com crescimento robusto e exportações em níveis historicamente elevados. Essa resiliência reforça o espaço para que fundos como o SNAG11 continuem a oferecer boas oportunidades de investimento ao longo dos próximos ciclos.
Conclusão
O relatório de agosto reforça a posição do SNAG11 como um dos FIAGROs mais consistentes do mercado. A combinação de dividendos elevados, adimplência total e estratégia ativa de diversificação sinaliza um fundo preparado para enfrentar os desafios do setor e, ao mesmo tempo, aproveitar as oportunidades que surgirem.