O fundo imobiliário de recebíveis SNCI11, gerido pela Suno Asset, divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de novembro de 2025, trazendo atualizações relevantes sobre distribuição de rendimentos, desempenho, movimentações da carteira, alavancagem e o acompanhamento de ativos em tratamento especial. O documento também detalha as deliberações em assembleias e apresenta o pipeline de alocação para os próximos meses.
Distribuição e resultado do período
Em novembro, o SNCI11 anunciou a distribuição de R$ 1,00 por cota, em linha com o guidance previamente divulgado pela gestão, que permanece entre R$ 1,00 e R$ 1,10 por cota para o quarto trimestre de 2025. A nova distribuição para dezembro também foi confirmada no mesmo valor.
Após o pagamento dos rendimentos, o fundo encerrou o período com um resultado acumulado de R$ 0,16 por cota. A gestão reforça que a política de distribuição busca previsibilidade, considerando o perfil de risco intermediário do fundo e o estágio de recuperação de determinados ativos da carteira.
Desempenho frente ao mercado e indicadores do fundo
No mercado secundário, o SNCI11 apresentou uma rentabilidade ajustada de 2,40% em novembro, considerando o preço de fechamento da cota, que terminou o mês em R$ 81,68. No mesmo período, o IFIX registrou alta de 1,86%, enquanto fundos comparáveis apresentaram desempenho médio de 2,25%.
No acumulado de 2025, a performance do SNCI11 alcança 8,75%, abaixo dos principais índices de referência do segmento. Segundo a gestão, parte desse descolamento está relacionada aos processos de recuperação em andamento nos CRIs Vanguarda e RDR.
A rentabilidade patrimonial ajustada pelos proventos foi de 0,93% no mês, elevando o valor patrimonial por cota para R$ 97,69 após a distribuição. Com isso, o fundo encerrou o período com um P/VP de 0,84, em leve recuperação em relação ao fechamento anterior.
Liquidez e negociação em bolsa
A liquidez média diária do SNCI11 em novembro foi de R$ 533 mil, permanecendo acima da média anual do fundo. Esse dado indica um volume consistente de negociações no mercado secundário, segundo informado no relatório.
Movimentações da carteira e alavancagem
Durante o mês, a gestão realizou R$ 5,6 milhões em compras e R$ 1,4 milhão em vendas, reforçando a estratégia de gestão ativa do portfólio.
Compras realizadas
Entre as aquisições destacadas no período estão:
- CRI WIMO IV, no valor de R$ 2,83 milhões, com taxa de IPCA + 10,50%;
- CRI LocPay Sênior, com investimento de R$ 0,30 milhão e taxa prefixada de 23,87% ao ano;
- CRI Bit Barueri, 4ª série, totalizando R$ 2,50 milhões, com remuneração de CDI + 5,50%.
Venda registrada
Do lado das vendas, o fundo alienou R$ 1,37 milhão em cotas do SNME11, a um preço médio de R$ 9,52 por cota.
Ao final de novembro, o SNCI11 contava com R$ 32,3 milhões em caixa, posicionando a alavancagem líquida em 12,07% do patrimônio líquido. A gestão informou que segue empenhada na recomposição de posições anteriormente financiadas por operações compromissadas, buscando maior previsibilidade no passivo.
Pipeline de alocação futura
O relatório também apresenta as expectativas de novas alocações, que podem ou não se concretizar conforme condições de mercado e estruturação das operações.
Possíveis alocações em dezembro de 2025
Para dezembro, o fundo avalia:
- Até R$ 2,0 milhões na 5ª série do CRI MZM, com taxa de IPCA + 12,95%;
- Até R$ 0,5 milhão no CRI LocPay Sênior, com taxa prefixada de 23,87% ao ano;
- Até R$ 5 milhões adicionais na 4ª série do CRI Bit Barueri, com CDI + 5,50%.
Expectativas para janeiro de 2026
Já para janeiro, a gestão monitora operações que envolvem:
- Até R$ 18 milhões em CRI para aquisição de terreno, com taxa estimada de IPCA + 12,68% e equity kicker;
- Até R$ 5,5 milhões em CRI de adiantamento de carteira, com taxa esperada de IPCA + 15,00%;
- Até R$ 1 milhão adicional no CRI LocPay Sênior.
Ativos em tratamento especial
O SNCI11 encerrou novembro com quatro ativos em tratamento especial: CRI AIZ, CRI Vanguarda, CRI RDR e CRI Solar Junior. Segundo a gestão, todos os ativos encontram-se devidamente marcados pela administradora.
Situação do CRI Vanguarda
O CRI Vanguarda encontra-se em processo formal de recuperação após deliberação em assembleia. A gestão estima um patamar de recuperabilidade próximo a 60% do valor par, o que equivale a cerca de 80% em relação ao preço de custo. Os trabalhos envolvem auditoria de garantias, litígios judiciais e reorganização dos empreendimentos vinculados.
Atualizações sobre o CRI AIZ
No caso do CRI AIZ, assembleias recentes permitiram o retorno à adimplência formal, ainda que com carências. A gestão informou que negociações envolvendo os imóveis em garantia estão avançadas, com expectativa de resolução ainda em 2025 e recuperabilidade próxima a 100% do volume investido.
Recuperação do CRI RDR
O CRI RDR teve vencimento em agosto de 2025 e está em processo de recuperação. Em novembro, o fundo já obteve R$ 1,9 milhão em amortizações, reduzindo o preço de custo da operação. Uma nova rodada de recuperação está prevista para dezembro, sem impactos esperados no patamar de distribuição.
Evento de crédito no CRI Solar Junior
O CRI Solar Junior, que representa cerca de 0,1% do patrimônio líquido, entrou em inadimplência no fim de novembro. A gestão informou que os trabalhos iniciais de recuperação já foram iniciados, embora ainda não seja possível estimar a recuperabilidade com precisão.
Deliberações em assembleias
Ao longo do mês, a equipe de gestão participou ativamente de assembleias de titulares, com destaque para:
- CRI Bit, com aprovação de waivers não pecuniários;
- CRI Arpoador, com ajuste na cascata da operação;
- CRI Gafisa Sorocaba, com ratificação de deliberações anteriores.
Segundo o relatório, essas decisões fazem parte do acompanhamento contínuo da carteira e da governança dos ativos investidos.



