O fundo de lajes corporativas KORE11, gerido pela Kinea, divulgou seu relatório gerencial referente a junho de 2025 e trouxe uma série de atualizações relevantes. Entre os destaques estão a redução da vacância física, a manutenção dos dividendos em R$ 1,25 por cota e um alerta importante sobre a mudança no perfil de distribuição a partir de 2026.
Mesmo em um ambiente mais desafiador, o portfólio do fundo mostrou resiliência e estabilidade. A reavaliação patrimonial anual foi concluída, e o valor contábil dos imóveis se manteve estável em relação a maio — sinal de que os ativos seguem com fundamentos sólidos.
Vacância recua, mas carências pressionam indicadores
Em junho, o KORE11 apresentou evolução positiva na vacância física, que caiu de 9,64% para 9,35%, reflexo direto da nova locação de um andar no Corporate Plaza para a empresa Liga Benefícios e Socorro Mútuo.
Por outro lado, a vacância financeira subiu de 7,51% para 8,48%, puxada principalmente pela redução de área ocupada pela Equinix no Centro Empresarial Botafogo. Ajustando pela carência contratual dos novos contratos, a vacância financeira ajustada subiu para 9,04%.
Apesar disso, a gestão destaca que continua atuando de forma ativa junto a corretores e potenciais inquilinos para seguir reduzindo os espaços vagos. A diversificação também segue sendo um dos pontos fortes do fundo, que conta com mais de 50 inquilinos e exposição equilibrada entre setores como:
- Serviços (49%)
- Indústria (20%)
- Financeiro (13%)
Dividendos mantidos — mas com fim do reforço no horizonte
O fundo manterá o valor de R$ 1,25 por cota em julho, referente ao resultado de junho. Essa distribuição ainda é sustentada, em parte, por receitas financeiras obtidas com a aplicação do caixa e pelo consumo da Renda Mínima Garantida (RMG).
Contudo, um ponto importante foi destacado no relatório: em dezembro de 2025 será realizado o pagamento da última parcela referente à aquisição dos imóveis do portfólio. Esse desembolso será feito com o caixa disponível, sem necessidade de nova captação, venda de ativos ou endividamento.
A partir de janeiro de 2026, o cenário muda. O fundo deixará de contar com a receita financeira das aplicações, além de ter um saldo menor de RMG disponível. A expectativa da gestora é que, a partir de então, os dividendos se estabilizem entre R$ 0,60 e R$ 0,63 por cota por mês, o que representaria um dividend yield anual entre 9,0% e 9,4%, considerando os preços atuais de mercado.
Resultado crescente ao longo do trimestre
O desempenho operacional também vem em trajetória ascendente. O resultado do fundo nos últimos três meses evoluiu da seguinte forma:
- Abril: R$ 11,85 milhões
- Maio: R$ 12,04 milhões
- Junho: R$ 12,88 milhões
Esse crescimento, aliado à manutenção dos rendimentos no curto prazo, reforça o compromisso da gestão em manter a previsibilidade ao cotista, mesmo diante de um cenário com ajustes futuros.
Conclusão: cenário positivo no curto prazo, com atenção ao médio
O relatório de junho mostra que o KORE11 segue firme no curto prazo: vacância física controlada, portfólio diversificado, dividendos constantes e sem necessidade de alavancagem para cumprir obrigações.
Porém, os cotistas devem se preparar para uma mudança de patamar a partir de 2026, quando o caixa será utilizado e a geração recorrente de receita passará a ter peso total na distribuição mensal.
Esse ajuste já vinha sendo sinalizado, e agora ganha data definida. A boa notícia é que, mesmo com a redução projetada, o yield continuará competitivo, e o fundo seguirá como uma das opções mais sólidas entre os FIIs de lajes.