O fundo imobiliário LVBI11, gerido pela Pátria Investimentos, divulgou seu relatório gerencial de junho com avanços relevantes em locações, mesmo enfrentando uma reavaliação patrimonial negativa. A gestão acredita que a vacância física do fundo poderá alcançar zero nos próximos trimestres, com negociações em andamento em ativos-chave do portfólio.
Resultado do mês: receita e rendimento estáveis
O fundo apresentou uma receita total de R$ 0,87 por cota e um resultado líquido de R$ 0,73 por cota. Para manter a regularidade nos pagamentos, a gestora decidiu distribuir R$ 0,75 por cota, utilizando parte do lucro acumulado – estratégia que vem sendo aplicada nos últimos meses. O pagamento foi realizado em 07 de julho de 2025.
Locação no Mauá zera vacância e novas entradas ganham destaque
Uma das principais movimentações foi a locação total do ativo Mauá, que estava 100% vago. O novo inquilino, a Interbrands Foods, passará a ocupar os módulos a partir de julho, zerando a vacância do imóvel.
Além disso, outras quatro novas locações foram contratadas:
- Itapevi:
- Principia – 1.761 m²
- DT Comércio – 1.664 m²
- Extrema:
- Vyttra – 2.421 m²
- Aratu:
- Expansão da Atakarejo – 2.416 m² adicionais
Apesar dos avanços, o fundo também enfrentará duas desocupações em Extrema nos próximos meses: a Nestlé, que não renovará contrato em agosto, e a Solistica, que devolverá o módulo ocupado até outubro. Com isso, a vacância física projetada para outubro será de 6,4%, uma melhora frente aos atuais 10,7%.
Cajamar e Extrema: próximos passos
No ativo Cajamar, as negociações seguem com uma empresa internacional, e a assinatura do contrato está prevista para as próximas semanas. Caso a locação se concretize, restará apenas um módulo disponível no local, também em fase de tratativas.
Em Extrema, a gestora já está mapeando os espaços que serão vagos e conduz negociações para reocupar rapidamente as áreas.
“A gestão segue dedicada na condução das negociações e mantém uma visão positiva para alcançar vacância zero no próximo trimestre”, afirma o relatório.
Avaliação patrimonial: impacto negativo no PL
Apesar dos avanços operacionais, a reavaliação dos imóveis do fundo realizada pela Binswanger Brazil indicou uma desvalorização média de 6,85% frente ao valor contábil anterior. O impacto disso foi uma redução de 5,72% no patrimônio líquido do fundo, refletindo ajustes nas taxas de capitalização e desconto, elevadas em cerca de 75 bps devido ao cenário macroeconômico.
Alguns destaques negativos:
- Mauá: ainda considerado 100% vago na data da avaliação, sofreu com aumento na taxa de desconto e queda no aluguel esperado.
- Pirituba: revisional reprecificada para patamares mais próximos de mercado.
- Betim: comparativos da região puxaram o valor do imóvel para baixo, mesmo com qualidade preservada.
- Aratu, Itapevi e Cajamar: afetados pela vacância temporária e contexto macro.
Alavancagem, inadimplência e reajustes
- Alavancagem: o fundo possui apenas uma dívida, referente ao ativo Aratu, representando 0,6% do patrimônio líquido, com taxa considerada saudável pela gestora.
- Reajustes: foram realizados reajustes em 63.379 m² da ABL total.
- Inadimplência: cerca de R$ 0,17 por cota ainda estão em aberto, com destaque para a Sequoia (Extrema), que segue em processo de recuperação extrajudicial.
Transparência e melhorias na comunicação
A gestão da Pátria Investimentos reafirmou seu compromisso com a transparência e padronização das informações, destacando que em julho passará a disponibilizar planilhas com fundamentos detalhados e abertura mais clara da DRE para os principais FIIs da casa.
Segundo o relatório, 9 dos 20 fundos da gestora já entregaram relatórios dentro do novo padrão na primeira quinzena, e a meta é ampliar esse número nos próximos meses.