Fundo agro destaca potencial de valorização em propriedades no MT e SP, mantém operações de leaseback atrativas e aponta colheitas promissoras em várias regiões do Brasil.
O fundo imobiliário agro RZTR11, gerido pela Riza Asset, divulgou seu relatório gerencial referente ao mês de junho, apresentando novidades estratégicas relevantes para os cotistas e investidores que acompanham o setor. A principal mudança foi a revisão da alocação-alvo da carteira, que agora prioriza ainda mais a estratégia de land equity, que busca ativos com potencial de valorização e geração de retornos superiores no longo prazo.
A gestora destacou que o atual cenário de mercado oferece oportunidades significativas nesse segmento, especialmente nas modalidades sale & leaseback e buy to lease, que continuam atrativas mesmo diante da taxa Selic elevada, atualmente em 14,90% ao ano. As alocações feitas nessas operações têm registrado rentabilidade média de 15,26% ao ano, segundo o documento.
Venda de fazendas no radar
Entre os principais ativos da estratégia de land equity, o fundo segue com duas grandes propriedades: a Fazenda Clarão da Lua, com cerca de 5 mil hectares úteis, e parte do grupo San Francisco, com mais 4 mil hectares localizados em áreas estratégicas. A gestão está em busca ativa de compradores para ambas, com o objetivo de realizar ganho de capital e, assim, elevar os dividendos distribuídos aos cotistas.
Esses ativos, considerados premium, foram adquiridos com cláusulas que garantem opções de recompra anuais e geram fluxo de caixa recorrente, mesmo antes de uma eventual venda — um diferencial importante dentro da tese do fundo.
Colheita e produção agrícola seguem avançando
No campo, o mês de junho foi marcado pelo avanço da safrinha de milho nas principais regiões agrícolas do Brasil. No Mato Grosso, estados do sul e no Piauí, os trabalhos de colheita variaram entre boas produtividades e atrasos causados por chuvas e temperaturas mais baixas. Já no Maranhão, os resultados da colheita estão superando as expectativas.
Quanto ao algodão, a colheita começou de forma mais lenta, com cerca de 3% da área total colhida até meados do mês. A produção estimada pela Conab para a safra 2024/25 permanece alta, próxima a 3,9 milhões de toneladas, impulsionada pela expansão da área plantada e rendimentos constantes.
Mercados internacionais: soja, milho e algodão
A soja brasileira continua como destaque global, com exportações fortes e produção recorde de 169 milhões de toneladas. A demanda consistente da China e a valorização do óleo de soja nos EUA ajudaram na leve recuperação dos preços, mesmo com o real valorizado e a oferta elevada limitando ganhos para os produtores.
Já no milho, a colheita da segunda safra segue mais lenta que o usual. Ainda assim, a produção estimada segue robusta, com 128 milhões de toneladas totais para a safra 2024/25. A abundância da oferta continua pressionando os preços, especialmente em estados como Mato Grosso e São Paulo.
No mercado internacional de algodão, os preços recuaram levemente, refletindo o avanço do plantio nos EUA e melhora nas condições climáticas. No entanto, o USDA projeta estoques globais mais apertados para 2025/26, o que pode sustentar os preços nos próximos meses.
Considerações finais
O RZTR11 mostra uma gestão atenta às oportunidades de valorização do portfólio, com foco em ativos estratégicos e geração de caixa mesmo em um cenário macroeconômico desafiador. A combinação entre propriedades agrícolas bem localizadas, colheitas em curso e operações estruturadas de leaseback mantém o fundo em uma posição sólida no segmento de FIIs agro.