O mês de julho de 2025 trouxe instabilidade para os fundos imobiliários, com o IFIX encerrando em queda de 1,4% após cinco meses seguidos de alta. Dentro desse cenário desafiador, o RVBI11 mostrou resiliência, mantendo a distribuição de rendimentos e avançando em uma consolidação estratégica que promete dar mais força e diversificação ao fundo nos próximos meses.
RVBI11 mostra desempenho acima do IFIX
Mesmo com o ambiente de pressão, o portfólio do RVBI11 fechou julho com retorno de -0,6%, superando o desempenho negativo do IFIX. Essa diferença foi possível graças a uma composição de carteira mais defensiva, que protegeu parte do valor dos ativos em um momento de maior volatilidade.
No mercado secundário, as cotas do fundo recuaram 2,1%, movimento comum entre os FoFs (fundos de fundos). O desconto em relação ao valor patrimonial se ampliou, fazendo o P/VP terminar o mês em 0,85x. Apesar disso, o histórico segue positivo: desde a criação em fevereiro de 2024, o retorno acumulado do portfólio é de +26,7%, bem acima dos +12,4% registrados pelo IFIX.
A distribuição mensal foi mantida em R$ 0,70 por cota, o que representa um dividend yield anualizado de 12,8% sobre a cota de mercado. Além disso, a gestão aproveitou pontualmente a queda para realizar aquisições táticas de ativos já presentes na carteira, sempre de forma seletiva e com impacto limitado no patrimônio.
Ambiente macroeconômico afetou os FIIs em julho
O mês de julho foi marcado por notícias externas e internas que aumentaram a aversão ao risco dos investidores. O anúncio de tarifas dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros pressionou a curva de juros, fazendo com que títulos de longo prazo voltassem a IPCA+7,4% ao ano. Apesar de, no fim do mês, algumas exceções reduzirem a intensidade da medida, a reação inicial pesou sobre os ativos de risco.
Nos EUA, dados de emprego abaixo do esperado reacenderam expectativas de cortes de juros ainda em 2025, o que pode aliviar os mercados globais. Já no Brasil, o COPOM manteve a Selic em 15% ao ano, conforme previsto. Esse cenário manteve os investidores cautelosos e trouxe instabilidade para o setor de FIIs, que acabou encerrando o mês no campo negativo.
Consolidação fortalece o fundo
Um dos destaques de julho foi o avanço do processo de consolidação de BPFF11 e HGFF11 dentro do RVBI11. As assembleias de cotistas aprovaram a liquidação dos dois fundos, que tiveram suas negociações encerradas na B3 em agosto. Os ativos passam a compor a carteira do RVBI, ampliando robustez e liquidez.
Os cotistas de BPFF11 e HGFF11 agora se tornam cotistas do RVBI11, sem carregar prejuízos acumulados, o que ajuda a preservar os rendimentos do fundo. Além disso, a terceira emissão de cotas do RVBI11 teve seu cronograma ajustado para aguardar a entrada desses ativos, acelerando o giro de carteira e reforçando a estratégia de crescimento.
Estratégia e composição da carteira
O RVBI11 segue como um fundo de gestão ativa, com foco principal em cotas de outros fundos imobiliários, mas também com possibilidade de alocar recursos em CRIs, ações e outros veículos ligados ao setor. Em julho, a carteira estava distribuída em 94% de FIIs e 5,3% de CRIs.
Entre os segmentos, o destaque é a forte presença em fundos de CRI (30,1%), seguida por lajes corporativas (16,4%), shoppings (8,5%), varejo (8,2%) e logística (6,5%). Essa diversificação é parte fundamental da estratégia para reduzir riscos e buscar retornos consistentes no médio e longo prazo.
Gestão ativa de riscos em CRIs
A equipe do RVBI11 também reforça seu monitoramento constante da carteira de CRIs. Casos específicos, como o da securitizadora Virgo e o do CRI Medabil, estão sob acompanhamento próximo. Mesmo em situações de maior risco, como no caso da Medabil em recuperação judicial, a estrutura de garantias e o seguro fiança mantêm os pagamentos em dia, protegendo o fundo e seus cotistas.
Esse acompanhamento ativo mostra o compromisso da gestão em manter operações saudáveis e em tomar medidas rápidas caso alguma irregularidade seja confirmada.
Conclusão
Em meio a um cenário macroeconômico complicado, o RVBI11 conseguiu manter sua estratégia em curso, superou o desempenho do IFIX no mês e ainda avançou em um movimento de consolidação que fortalece sua posição no mercado. A combinação de distribuição estável, gestão ativa e diversificação coloca o fundo em um patamar diferenciado dentro do setor, mesmo em tempos de maior volatilidade.