O Fator Verità Multiestratégia Fundo de Investimento Imobiliário (VRTM11) divulgou um fato relevante no dia 19 de setembro de 2025, trazendo ao mercado uma proposta de união estratégica com o Ourinvest JPP Fundo de Investimento Imobiliário (OUJP11). A operação, ainda em análise, poderá impactar tanto a estrutura patrimonial quanto a base de investidores envolvidos.
A iniciativa marca mais um movimento no setor de fundos imobiliários voltado para consolidação de ativos e otimização da gestão, algo cada vez mais presente em operações recentes.
União de fundos e objetivos da proposta
De acordo com o comunicado, o administrador Banco Fator S.A. e a gestora FAR – Fator Administração de Recursos pretendem unir ao VRTM cerca de 50% dos ativos e da base de investidores do OUJP11. Essa incorporação seria feita por meio da aquisição desses ativos, seguida de emissão de novas cotas pelo VRTM.
O plano prevê que, após a conclusão da operação, o OUJP seja dissolvido e liquidado, com entrega de cotas do VRTM aos investidores do fundo incorporado. Assim, os cotistas do OUJP passariam a ter participação no VRTM, mantendo exposição ao mercado imobiliário, mas em uma nova estrutura.
Estrutura da operação
A proposta apresentada contempla alguns pontos relevantes:
- Aquisição dos ativos do OUJP pelo VRTM, com pagamento em dinheiro e emissão de novas cotas;
- 3ª emissão de cotas do VRTM, destinada ao público em geral, sujeita ao rito automático de registro na CVM;
- Integralização por compensação de créditos, permitindo que o OUJP receba cotas do VRTM em troca dos ativos transferidos;
- Dissolução do OUJP, com posterior entrega das novas cotas aos investidores atuais.
Os ativos serão avaliados pelo valor contábil registrado no patrimônio do OUJP no momento da transação. Isso garante maior transparência sobre os termos de precificação e pagamento.
Impactos para os investidores
Se aprovada, a operação trará mudanças tanto para cotistas do VRTM quanto do OUJP. Para os investidores do VRTM, a aquisição pode representar diversificação de ativos e aumento da escala patrimonial, fortalecendo a posição do fundo no mercado.
Já para os cotistas do OUJP, a transição envolve a troca de participação para um fundo maior e com nova estratégia multiestratégica. Isso pode alterar a forma como a carteira é gerida, além de oferecer exposição a novas oportunidades de investimento.
Vale ressaltar que a operação ainda depende de avaliações adicionais e de deliberação em assembleia de cotistas do OUJP. Portanto, os desdobramentos estão sujeitos à aprovação formal.
Emissão e oferta pública
Um dos pontos centrais é a 3ª emissão de cotas do VRTM, que será utilizada para viabilizar financeiramente a operação. O comunicado reforça que os recursos captados terão como destino principal a aquisição dos ativos do OUJP e outros objetivos do fundo.
Com isso, o VRTM busca ampliar sua base de cotistas e garantir o equilíbrio financeiro da transação. A oferta pública será aberta a investidores em geral, ampliando a participação no fundo.
Incertezas e próximos passos
O próprio comunicado ressalta que a operação pode não se concretizar. Isso porque existem condições precedentes, como a aprovação dos cotistas do OUJP em assembleia e outras exigências regulatórias.
Até lá, o mercado deverá acompanhar as novas divulgações do VRTM, que trará atualizações sobre a proposta, os termos finais da emissão e os impactos esperados.
A possibilidade de fusões e aquisições entre fundos imobiliários reflete um movimento de consolidação que vem ganhando força nos últimos anos, principalmente como forma de reduzir custos, ampliar patrimônio e dar maior liquidez às cotas negociadas em bolsa.