DEVA11 vale a pena? Conheça esse Fundo imobiliário

Hoje, iremos verificar se o DEVA11 vale a pena como uma opção de investimento. Todavia, é importante lembrar que as informações e análises apresentadas aqui não constituem uma recomendação de compra ou venda deste FII. Assim, leve isso apenas como uma avaliação com base em diversos aspectos relevantes desse ativo. Esperamos fornecer insights úteis e objetivos para ajudar você a tomar a melhor decisão.

Antes de sabermos se o DEVA11 vale a pena, vamos conhecer os dados básicos desse fundo imobiliário.

Em primeiro lugar, vale dizer que o DEVA11 é gerido pela Devant Asset e tem sido objeto de muita polêmica nos últimos tempos. Ainda mais, porque pertencente ao mesmo grupo de outros fundos igualmente “apimentados”, como o HCTR11, VSLH11 e TORD1. O DEVA11 destaca-se por seu investimento em papéis, ou seja, em CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários). Desde sua entrada na bolsa no final de 2020, o fundo acumulou um patrimônio líquido de R$ 1,3 bilhões. Além disso, possui uma boa liquidez média diária de aproximadamente R$ 2,8 milhões. O DEVA11 também tem distribuído rendimentos generosos desde então.

Neste artigo, nosso objetivo é fornecer uma análise objetiva para verificar se o DEVA11 vale a pena. Não podemos nos deixar levar por opiniões extremas ou especulações infundadas. Por isso, vamos analisar os fatos concretos e apresentar uma visão imparcial.

Em relação à estratégia de investimento do DEVA11, o fundo se concentra em CRIs, que são títulos lastreados em créditos imobiliários. Essa estratégia pode oferecer uma diversificação interessante para os investidores, pois os CRIs representam uma forma de investimento no setor imobiliário, porém com menor exposição direta aos imóveis físicos.

Como saber se o DEVA11 vale a pena?

Acima de tudo, para verificarmos se o DEVA11 vale a pena, iremos utilizar os 3 principais pilares desse blog. São eles: Segurança, Dividendos e Preço. Dessa forma, iremos olhar a carteira de ativos que o fundo possui. Todavia, lembre-se de ler o relatório gerencial completo desse FII  para ter acesso a todas às informações.

1- Segurança

A princípio, esse deve ser a primeiro pilar para verificar se o DEVA vale a pena. Afinal, você evitará muita dor de cabeça no futuro. Por isso, vamos começar vendo a carteira resumida de ativos:

Em primeiro lugar, quando for analisar se o DEVA11 vale a pena ou não, veja sua carteira de ativos. Como é mostrado na imagem acima, existem mais de 80 CRIS, bem como, uma boa diversificação.

Todavia, vale dizer que alguns CRIS que estão nessa carteira, deram muita dor de cabeça ao DEVA11. Por exemplo, a crise instaurada no CRI da Gramado Parks, que corresponde a quase 10% da carteira desse fundo, derreteu os valores de dividendos do FII.

Quando estamos falando em diversificação, é importante se atentar ao fato de que mais de um ativo ocupe uma porcentagem superior a 10% da carteira. Portanto, se você olhar atentamente para essa carteira, verá tem muitos casos de CRIs gerados para a mesma empresa. De modo geral, como já dito, não existe um motivo tão exagerado para pânico igual o mercado vem demonstrando. O fundo é mais arriscado, contudo, você viu que são mais de 80 CRIS. Não é apenas o problema em 10 ou 20 CRIS que irão acabar com esse ativo.

Portfolio resumido do DEVA11

Como já foi mostrado nas imagens do portfólio acima, sua maior concentração está em CRIS( Certificados de recebíveis imobiliários). O restante do percentual é divido em: Cotas de outros Fiis e caixa.

Antes de definir se o DEVA11 vale a pena, saiba que a maior parte da carteira do DEVA11 está alocada em CRIS voltados para o setor corporativo e de multipropriedade. É aqui que mora o perigo. As multipropriedades normalmente são empreendimentos que possuem muitos locatários e é voltado principalmente para o setor turístico. Com a crise sanitária que o mundo passou ultimamente, vimos o quão frágil esse setor pode ser. Muitas vezes, esses imóveis também estão ainda numa fase de construção e pode não dar certo no futuro.

Além disso, a maior parte da carteira de CRIS está indexada ao IPCA, ou seja, o principal índice de inflação do Brasil. Por outro lado, isso acaba sendo comum, pois esses tipos de fundos são maioria.

Valor patrimonial do DEVA11

Analisando o histórico do valor patrimonial por cota do DEVA11, observamos que, desde o seu lançamento em 2020 com o valor de R$ 99,30, houve uma pequena queda, chegando atualmente a R$ 94,15. No entanto, ao examinar o gráfico que demonstra essa evolução, percebemos que não houve quedas bruscas capazes de colocar em xeque a segurança do fundo.

Como sempre ressaltamos aqui, é importante evitar fundos que apresentam uma constante perda no valor patrimonial, pois isso representa um dos maiores perigos ao investir em FIIs. No caso do DEVA11, embora tenha havido uma leve queda, é fundamental destacar que a estabilidade do fundo se manteve, não demonstrando uma volatilidade excessiva ou perdas abruptas que afetem significativamente o valor investido. Leve isso em consideração ao definir se o DEVA11 vale a pena para a sua carteira de investimentos.

2- Dividendos do DEVA11

No decorrer dos últimos 12 meses, o DEVA11 distribuiu um total de R$ 10,92 em rendimentos por cota. Esse valor pode ser considerado atrativo, especialmente levando em conta o preço atual do fundo. No entanto, não é válido usar apenas esse quesito para decidir se o DEVA11 vale a pena. Pelo menos, não mais. Afinal, ao avaliar a porcentagem desses rendimentos em relação ao preço atual, a análise se torna mais complexa devido à discrepância entre o valor patrimonial e o valor de mercado.

De maneira geral, o DEVA11, por ser um fundo considerado mais arriscado, tende a apresentar rendimentos mais elevados. Ainda assim, passará por alguns momentos de dificuldades. Isso ocorre porque a gestão do fundo busca aproveitar oportunidades de investimento que possam gerar retornos atrativos, embora essas estratégias possam estar sujeitas a maior volatilidade e riscos. Portanto, ao considerar investir no DEVA11, é importante estar ciente de que a busca por rendimentos mais altos está associada a um nível de risco maior em comparação a fundos mais conservadores.

3- Preço do DEVA11

Atualmente, o preço do DEVA11 está cotado em torno de R$60,00. Já o seu valor patrimonial é de R$94,15. Dessa forma, é possível identificar um desconto considerável no fundo imobiliário. Isso pode acabar despertando o interesse de investidores em potencial.

Ainda assim, esse desconto tem dois motivos muito claros. Um deles está associado aos problemas de inadimplências em alguns CRIS , o outro, ao próprio mercado, que vem derrubando os preços.

Posteriormente, você pode usar nossa calculadora de Fiis para definir o preço teto de FIIS de tijolo.

Conclusão: DEVA11 vale a pena?

Em suma, o DEVA11 é um fundo imobiliário que se caracteriza como mais arriscado em comparação com a maioria dos fundos. Sua exposição a CRIs em loteamentos de multipropriedades, um setor conhecido pela sua volatilidade, implica riscos adicionais aos investidores. Contudo, o valor patrimonial do fundo tem se mantido estável ao longo do tempo. Há perspectivas de aumento nos dividendos futuros, à medida que o FII busca distribuir melhor a sua carteira de ativos.

Ainda assim, é fundamental que os investidores considerem cuidadosamente seu perfil de risco e diversifiquem suas carteiras antes de investir no DEVA11. A busca por rendimentos mais elevados deve ser equilibrada com a consciência dos riscos envolvidos. É aconselhável consultar profissionais especializados e acompanhar de perto a evolução do fundo para tomar decisões informadas e embasadas em suas metas e situação financeira.