O FII Projet Água Branca (FPAB11) divulgou nesta segunda-feira (12) um fato relevante que chama atenção dos cotistas: uma das suas locatárias notificou a intenção de rescindir o contrato de locação a partir do segundo semestre de 2025. Apesar da notícia inicial soar como um alerta, o comunicado traz detalhes importantes que ajudam a entender o real impacto da decisão.
Com apenas dois imóveis em São Paulo, localizados próximos à Praça Conde Francisco Matarazzo Júnior, o FPAB11 é um fundo de lajes corporativas de pequeno porte, o que naturalmente torna qualquer mudança contratual mais sensível. Ainda assim, a gestão deixou claro que não há expectativa de impacto relevante nas distribuições futuras.
Notificação de rescisão: o que aconteceu?
Segundo o documento divulgado pela BTG Pactual, administradora e gestora do fundo, a locatária notificou formalmente sua intenção de encerrar o contrato de aluguel. Os trâmites legais para formalização da rescisão ainda estão em andamento, mas já é possível afirmar que a saída ocorrerá no segundo semestre de 2025.
Penalidades serão pagas
Uma das principais garantias que tranquilizam os cotistas é o fato de que, conforme cláusulas contratuais, todas as penalidades pela rescisão antecipada serão quitadas pela locatária. Isso inclui multas e encargos, o que reforça a proteção patrimonial do fundo e sustenta a visão de que o impacto nas próximas distribuições tende a ser nulo ou mínimo.
Quanto o FPAB11 deve perder de receita?
A saída da inquilina vai afetar diretamente a receita imobiliária do FPAB11 em aproximadamente 5,16%, na comparação com os dados de abril de 2025. Traduzindo esse número para o cotista: o impacto estimado por cota é de cerca de R$ 0,11.
É importante lembrar que o fundo possui uma carteira enxuta, com poucos contratos vigentes, então variações pontuais têm reflexo proporcionalmente maior do que em fundos maiores e mais pulverizados.
Nova locação pode compensar perda
O tom do comunicado, no entanto, é mais otimista do que alarmante. A gestora informou que já está em negociação avançada para alugar os andares que serão desocupados, e que o novo contrato está sendo desenhado com valores superiores ao atual, além de carência reduzida.
Isso significa que, se a nova locação se concretizar como previsto, o fundo pode não apenas evitar prejuízo, mas até melhorar sua performance de receita nos próximos meses. A gestão ainda reforçou que os cotistas e o mercado serão atualizados conforme houver evolução nas tratativas.
Como a notícia afeta o investidor?
A movimentação mostra que o FPAB11 tem um desafio de curto prazo, mas também uma oportunidade de reposicionamento. Para um fundo com poucos ativos e contratos, qualquer mudança tem peso, mas a transparência da gestão e a sinalização de novas negociações indicam uma postura ativa diante do problema.
Além disso, o fundo não deu sinais de que haverá suspensão ou redução na distribuição de rendimentos. Com os encargos rescisórios cobrindo a transição, o impacto real pode acabar sendo meramente contábil no curto prazo.
Panorama do FPAB11
Com um patrimônio relativamente pequeno em comparação a outros FIIs do mesmo segmento, o FPAB11 vem mantendo uma atuação discreta, mas sólida. Seus imóveis estão situados em uma região estratégica da capital paulista, o que torna a reposição de inquilinos algo viável, mesmo em um mercado de lajes que ainda busca equilíbrio pós-pandemia.
Os cotistas que acompanham o fundo sabem que movimentos como esse fazem parte do jogo em ativos com poucas propriedades. Ainda assim, o fato da gestora já estar com conversas adiantadas para uma nova ocupação demonstra agilidade e comprometimento com a saúde financeira do fundo.
Considerações finais
O comunicado do FPAB11 mostra que, embora o fundo vá perder uma locatária a partir do segundo semestre de 2025, as medidas de mitigação já estão sendo adotadas, e o impacto nos rendimentos deve ser mínimo. A possível valorização do novo contrato de aluguel pode até compensar a saída da atual inquilina.
A gestão do fundo segue monitorando de perto o cenário e promete atualizações conforme o desfecho das negociações. Para o cotista, o momento pede atenção, mas não desespero.