Investir em ativos judiciais: Vale a pena? 

Investir em ativos judiciais é uma prática que vem ganhando cada vez mais destaque no mercado financeiro. Afinal, a ideia é simples: comprar direitos creditórios de processos judiciais que já foram vencidos, mas que ainda não foram pagos. Dessa forma, o investidor assume o risco do pagamento e, em contrapartida, pode receber uma remuneração atraente. Mas será que investir em ativos judiciais vale a pena? Neste artigo, vamos explorar as vantagens e desvantagens desse tipo de investimento.

investir em ativos judiciais

O que são ativos judiciais?

Antes pensar em investir em ativos judiciais, é importante entender o que eles são. A princípio, trata-se de um tipo de investimento que caiu na graça do público recentemente. Nele, o investidor adquire direitos creditórios de processos judiciais que já foram vencidos, mas que ainda não foram pagos. Portanto, esses direitos creditórios são, na prática, créditos que uma empresa ou pessoa tem a receber, mas que ainda não foram quitados por motivos judiciais.

O que o aumento de investidores no Brasil tem a ver com isso?

Além de investir em ativos judiciais, atualmente, é comum ver pessoas tirando o dinheiro da poupança e buscando opções melhores.

Finalmente, o número de investidores ativos na B3 tem crescido significativamente. Afinal, em 2021, o número ultrapassou a marca de 4,5 milhões de pessoas físicas. Isso corresponde a umm aumento de mais de 50% em relação ao ano anterior.

Um dos fatores que contribuiu para esse aumento foi a redução da taxa de juros no Brasil, que tornou a renda fixa menos atrativa. Além disso, a crise sanitária que se iniciou em 2020 estimulou as pessoas a procurar novas formas de investimento para garantir sua segurança financeira.

Como funciona o investimento em ativos judiciais?

Sobretudo, o investimento em ativos judiciais funciona não costuma se complicado. Primeiramente, o investidor compra os direitos creditórios de processos judiciais que já foram vencidos, mas que ainda não foram pagos. Em seguida, ele assume o risco do pagamento e pode receber uma remuneração atraente caso o processo seja encerrado com êxito.

Tipos de ativos judiciais

Existem vários tipos de ativos judiciais, alguns dos quais incluem:

1- Créditos Judiciais: a princípio, são valores que foram reconhecidos pelo Judiciário como devidos por uma das partes em um processo judicial.

2- Precatórios: são títulos emitidos pelo governo em favor de pessoas físicas ou jurídicas. Em outras palavras, são títulos de pessoas que ganharam uma ação contra o Estado. Dessa forma eles têm direito a receber uma quantia em dinheiro.

3- Executivos fiscais: são títulos executivos emitidos pelo Estado para cobrança de dívidas de natureza tributária, por exemplo, IPTU, IPVA, entre outros.

4- Ações judiciais em curso: são processos judiciais em andamento que envolvem direitos e obrigações de natureza financeira.

5- Bens penhorados: ou seja, são bens ou imóveis que foram apreendidos por ordem judicial para pagamento de uma dívida.

Além disso, é possível investir em ativos judiciais classificados como: Públicos e privados. Nesse sentido, os privados são processo movidos contra empresas. Por outro lado, os públicos, são processos movidos contra o estado, seja em esfera municipal, estadual ou nacional.

Porque pessoas estão buscando cada vez mais investir em ativos judiciais?

Frequentemente, tem havido um aumento no interesse de pessoas em investir em ativos judiciais. Isso se deve a alguns fatores. Primeiramente, isso é um tipo de investimento que pode atrair pessoas com um nível mais arrojado. Afinal, o retorno costuma ser maior do que títulos de renda fixa.

Ainda mais, que esses ativos têm origem em processos judiciais, por isso, eles geralmente têm um baixo risco de default, uma vez que a dívida já foi reconhecida pelo Judiciário. Outro motivo é a diversificação da carteira.

Vantagens do investimento em ativos judiciais

Existem algumas vantagens em investir em ativos judiciais, por exemplo:

Possibilidade de se investir em processos selecionados

Os investidores em ativos judiciais têm a possibilidade de escolher os processos em que desejam investir. Dessa forma, é possível selecionar processos com chances maiores de êxito e, consequentemente, aumentar as chances de retorno financeiro.

Baixa correlação com outros investimentos

Outra vantagem dos ativos judiciais é a baixa correlação com outros investimentos. Ou seja, em caso de crise econômica ou de oscilações no mercado financeiro, o investimento em ativos judiciais pode ser uma alternativa interessante para proteger a carteira de investimentos. Bem como, distanciar seus aportes de ativos indexados ao IPCA(inflação). Afinal, eles são corrigidos acima desse índice.

Alta rentabilidade

Os ativos judiciais, como créditos judiciais e precatórios, podem oferecer uma rentabilidade acima da média de outros investimentos. Por isso, não é tão difícil ver retornos entre 12% a 15% ao ano. Dessa forma, acaba ficando muito acima do Tesouro Selic e CDBs, por exemplo.

Desvantagens ao investir em ativos judiciais

Alto risco por conta da falência do devedor

O investimento em ativos judiciais é considerado de alto risco, pois o investidor assume o risco do pagamento do processo. Além disso, é muito comum acontecer nos casos em que o inadimplente não consegue arcar com as dívidas. Em caso de insucesso do processo, o investidor pode perder todo o capital investido.

Por isso, é sempre recomendável que seja feita uma consulta com empresas especializadas. Atualmente já existem algumas atuando diretamente no ramo de ativos judiciais.

Falta de liquidez

Assim como, nos fundos imobiliários e ações, é importante olhar a liquidez. Em outras palavras, é o tempo que você precisa para poder usar ou sacar o dinheiro. No caso dos ativos judicias, chega a ser algo bem complicado, afinal, é necessário aguardar todo o processo finalizar para ser feito o resgate do investimento.

Seja como for, é importante investir em ativos variados, justamente para mitigar o risco total. Também separe sua carteira com investimentos que você possui conhecimento ou acompanha relatórios constantemente.

Como investir em ativos judiciais?

Como dito anteriormente, investir em ativos judiciais pode ser uma opção interessante para quem busca diversificar sua carteira de investimentos. No entanto, é importante lembrar que essa modalidade de investimento pode apresentar riscos e exige um conhecimento prévio do mercado.

Uma das formas de investir em ativos judiciais é por meio de fundos de investimento especializados nesse mercado, que aplicam em créditos judiciais, precatórios e outros ativos similares. Esses fundos geralmente são restritos a investidores qualificados, ou seja, aqueles com patrimônio líquido superior a R$ 1 milhão.

Outra opção é investir diretamente em ativos judiciais, por meio da compra de créditos ou precatórios em leilões judiciais ou diretamente de credores que estejam dispostos a vendê-los. É importante destacar que esse tipo de investimento exige uma análise criteriosa do processo judicial envolvido, bem como dos riscos envolvidos.

Eventualmente, também possível procurar empresas que intermediam esse processo. Nesses casos, é comum encontrar pessoas com conhecimento técnico na área. Dessa forma, eles podem fazer um direcionamento mais adequado ao seu perfil.

Além disso, converse com amigos ou profissionais especializados nesse mercado, como advogados, assessores financeiros e consultores especializados em investimentos alternativos, para auxiliar na análise e tomada de decisão.

Conclusão

Investir em ativos judiciais pode ser uma opção interessante para quem busca uma remuneração atraente. No entanto, é importante ter em mente que esse tipo de investimento envolve alto risco e falta de liquidez, além da dificuldade em avaliar os riscos envolvidos. Portanto, antes de investir em ativos judiciais, é fundamental realizar uma análise cuidadosa e buscar o auxílio de profissionais especializados.