O MGHT11, fundo imobiliário voltado ao segmento hoteleiro, comunicou ao mercado a conclusão da venda do imóvel localizado na Rua Aspicuelta, Vila Madalena, em São Paulo. O ativo, que atualmente abriga o Hotel Vila Madalena, foi negociado por R$ 18 milhões, em operação aprovada pelos cotistas em assembleia realizada no início de agosto de 2025.
Detalhes da operação
A venda foi feita para a empresa KPC Copacabana Empreendimento Imobiliário SPE Ltda., conforme proposta aprovada na consulta formal encerrada em 8 de agosto de 2025, com apuração divulgada no dia 13.
O valor total de R$ 18 milhões será pago da seguinte forma:
- R$ 12 milhões à vista, já recebidos na assinatura da escritura pública de compra e venda.
- R$ 6 milhões parcelados em 12 vezes de R$ 500 mil, corrigidos pelo IPCA, com vencimento da primeira parcela em até 30 dias após o registro da escritura.
A escritura foi lavrada no 30º Tabelião de Notas da Capital de São Paulo e incluiu cláusula de alienação fiduciária em garantia, assegurando que o imóvel permanecerá atrelado ao fundo até o pagamento integral do valor acordado.
Impacto financeiro para o fundo
Apesar da liquidez gerada, a operação resultará em um efeito negativo estimado de R$ 17,86 por cota. Esse impacto decorre da diferença entre o valor contábil do ativo e o preço final da negociação, refletindo diretamente no resultado do fundo.
Para os cotistas, a notícia representa um ajuste no portfólio do MGHT11, que tem buscado readequar sua estratégia dentro do segmento de hospitalidade e imóveis urbanos ligados ao setor hoteleiro.
Estratégia de gestão do MGHT11
A venda do Hotel Vila Madalena está em linha com movimentos recentes de diversos fundos imobiliários que têm priorizado ajustes em seus portfólios. A decisão foi submetida à aprovação dos cotistas, reforçando o papel da governança participativa na gestão do fundo.
Segundo comunicado, a administradora BTG Pactual Serviços Financeiros e a gestora Valora Renda Fixa continuarão a atualizar o mercado sobre eventuais desdobramentos relacionados à operação.
Cenário do setor hoteleiro
O segmento hoteleiro vem apresentando sinais de recuperação após os impactos da pandemia, com aumento gradual da taxa de ocupação e da diária média em grandes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. No entanto, ainda enfrenta desafios relacionados à sazonalidade, competição com locações de curta temporada e ajustes na demanda corporativa.
Nesse contexto, a venda de ativos menos estratégicos pode representar uma forma de o fundo otimizar seu portfólio, concentrando esforços em imóveis com maior potencial de valorização e rentabilidade.
Próximos passos
Com a liquidação parcial já realizada e as parcelas futuras devidamente corrigidas pelo IPCA, o fundo reforça sua posição de caixa e deve detalhar no próximo relatório gerencial como pretende alocar os recursos provenientes dessa venda.
Enquanto isso, os investidores aguardam maiores informações sobre os impactos no fluxo de rendimentos distribuídos nos próximos meses, já que o efeito contábil negativo por cota não necessariamente se traduz em perda imediata de caixa, mas afeta o patrimônio líquido e a perspectiva de valorização das cotas no mercado secundário.