O mercado de fundos imobiliários recebeu uma notícia relevante nesta semana: a Pátria Investimentos celebrou contrato para adquirir a totalidade das quotas da RBR Asset, gestora responsável por parte dos principais FIIs de recebíveis do país. A informação veio por meio de fato relevante divulgado pelo RBR Rendimento High Grade (RBRR11) em 11 de dezembro de 2025, seguindo as normas da CVM.
O acordo foi firmado entre a Pátria Investimentos e a RBR Gestão de Recursos, mas ainda depende do cumprimento de condições suspensivas típicas desse tipo de operação. Assim que o fechamento formal ocorrer, o time de Real Estate da Pátria assumirá a estrutura de gestão da RBR, marcando uma das maiores movimentações estratégicas no setor de FIIs nos últimos anos.
O que muda para o RBRR11 e para os outros fundos da RBR
Com a conclusão da operação, todos os fundos da RBR passarão a ser geridos pela equipe imobiliária da Pátria, composta por mais de 50 profissionais e liderada por Rodrigo Abbud. A gestora ampliará sua atuação para cerca de R$ 38 bilhões sob gestão apenas em FIIs, distribuídos entre mais de 30 fundos nos segmentos de logística, lajes corporativas, renda urbana, crédito e securities.
Mesmo sem divulgação do valor da transação, o mercado projeta que os fundos da RBR somam perto de R$ 8 bilhões em ativos, reforçando a relevância do movimento. Entre os principais produtos da casa estão:
- RBRX11, recém-unificado com o RBRF11;
- RBRP11, focado em imóveis corporativos;
- RBRL11, especializado em galpões logísticos;
- RBRY11, fundo de CRIS atrelados ao CDI;
- Diversos FIIs de crédito reconhecidos pelo mercado.
Segundo o comunicado, as equipes de gestão serão mantidas e integradas, numa tentativa de garantir continuidade e preservar a estratégia construída ao longo dos últimos anos.
Integração fortalece estratégia da Pátria no mercado imobiliário
A Pátria vem seguindo um movimento acelerado de consolidação na indústria de FIIs. Nos últimos anos, adquiriu:
- A VBI;
- As operações de FIIs do Credit Suisse;
- Estruturas da Vectis e da Genial.
Além disso, a gestora tem promovido fusões internas: recentemente uniu CVBI11, PLCR11 e BARI11 para formar o PICP11, um dos maiores FIIs de papel do país. Na mesma linha, iniciou o processo de combinação dos FIIs logísticos HGLG11, LVBI11 e PATL11, que serão consolidados em um único fundo.
Com a compra da RBR, o segmento de crédito deve alcançar cerca de 34% do portfólio total de FIIs da Pátria, reforçando a importância estratégica dessa vertical dentro da casa.
Gestores destacam impacto positivo para o mercado e para cotistas
Tanto o Pátria quanto a RBR afirmam que a integração representa um passo natural no processo de consolidação do setor. Rodrigo Abbud, Head de Real Estate da Pátria, declarou que a aquisição fortalece a plataforma e amplia a capacidade da casa de operar em diversos segmentos imobiliários.
Já Ricardo Almendra, CEO e fundador da RBR, destacou que fundos maiores e mais líquidos devem trazer mais eficiência e competitividade à indústria de FIIs. Segundo ele, a união deve gerar benefícios aos cotistas e não exigirá, até o momento, deliberação em assembleia.
A transação ainda depende de etapas formais finais, mas já coloca o mercado de fundos imobiliários em alerta para possíveis impactos na gestão, estrutura e escala dos produtos envolvidos.



