O REC Renda Imobiliária (RECT11) anunciou a venda de dois conjuntos comerciais no empreendimento Canopus Corporate Alphaville, localizado em Barueri (SP). O comunicado foi feito em fato relevante divulgado no dia 22 de setembro de 2025, trazendo detalhes da transação e os efeitos para o portfólio do fundo.
Detalhes da operação
O fundo celebrou contrato com a Carapaça Holding Participações Ltda. para a alienação dos conjuntos 91A e 101A, situados nos 9º e 10º andares da Torre Sul do edifício. Juntos, os espaços somam 2.274,44 m² de área BOMA.
Os imóveis estavam vagos e entregues no padrão core and shell, sem infraestrutura instalada. Isso significa que o comprador, a partir da assinatura do compromisso, assume custos de IPTU, condomínio e outras despesas associadas.
O valor negociado foi de R$ 13 milhões, dividido em um pagamento inicial de R$ 1,3 milhão à vista e mais 60 parcelas mensais de R$ 216,5 mil, corrigidas pelo IPCA e acrescidas de juros remuneratórios de 0,35% ao mês.
Impacto para o fundo
De acordo com o comunicado, o custo caixa desses ativos era de R$ 12,35 milhões, enquanto o valor contábil, baseado em avaliação de dezembro de 2024, era de R$ 15,53 milhões. Isso significa que a venda ocorreu acima do custo, mas abaixo da avaliação mais recente.
O gestor destacou que os recursos recebidos serão direcionados para redução do passivo do fundo, fortalecendo sua estrutura financeira.
Outro ponto importante é o efeito da operação na taxa de vacância do portfólio, que caiu de 10,13% para 7,85%. Apesar da melhora, a administração informou que não haverá impacto relevante nos rendimentos distribuídos aos cotistas no curto prazo.
Estratégia da gestão
A REC Gestão de Recursos reforçou que segue empenhada em reduzir os espaços vagos e buscar oportunidades de venda de ativos não estratégicos. Essa movimentação está alinhada à estratégia de reciclagem de portfólio, bastante comum entre os fundos de lajes corporativas.
Vale lembrar que o RECT11 tem buscado manter equilíbrio entre geração de renda e preservação patrimonial. A venda dos conjuntos em Alphaville mostra que a gestora segue ativa na gestão do portfólio, mesmo em um cenário desafiador para o mercado de escritórios.
Contexto do mercado de lajes corporativas
O segmento de escritórios ainda passa por ajustes após os impactos da pandemia e da consolidação do modelo híbrido de trabalho. Regiões como Alphaville e parte da Faria Lima têm apresentado negociações mais longas e dificuldade de ocupação, o que pressiona a vacância de alguns fundos.
Nesse sentido, a alienação de ativos vagos pode ser interpretada como uma medida para reduzir custos recorrentes e liberar recursos. Além disso, o parcelamento da venda garante um fluxo de caixa previsível ao fundo nos próximos cinco anos.
O que esperar daqui para frente
Com a redução da vacância, o RECT11 passa a ter um portfólio mais eficiente em termos de ocupação. Ainda assim, a atenção se volta para a capacidade de gerar novas locações, o que pode reforçar a previsibilidade dos dividendos.
A tendência é que novas movimentações, seja de vendas ou de locações, continuem sendo divulgadas nos próximos meses. Para o investidor, o acompanhamento desses fatos relevantes é essencial para entender a estratégia do fundo e avaliar seus impactos no desempenho.