O fundo imobiliário Riza Terrax (RZTR11) divulgou seu novo relatório gerencial destacando uma importante revisão na alocação de recursos. A gestora decidiu reforçar a exposição à estratégia de land equity, voltada para ativos rurais com alto potencial de valorização e geração de fluxo de caixa no longo prazo. O movimento busca alinhar o portfólio às condições atuais do mercado e às oportunidades observadas no agronegócio.
Estratégia de alocação revisada
De acordo com o documento, o ambiente atual favorece investimentos em propriedades que ofereçam assimetrias relevantes e retornos acima do benchmark. A gestora explicou que o fundo continuará priorizando operações estruturadas em modalidades como sale & leaseback e buy to lease, que garantem recebimentos recorrentes e previsibilidade de fluxo de caixa, sem abrir mão da possibilidade de ganhos extraordinários com a valorização das terras.
O RZTR11 detém atualmente a Fazenda Clarão da Lua, com cerca de 3.400 hectares úteis, e o primeiro grupo da San Francisco, com aproximadamente 4.000 hectares. Ambas as propriedades estão em processo ativo de busca por compradores, com o objetivo de consolidar lucros de capital e reforçar a capacidade de distribuição de dividendos aos cotistas.
Ganho potencial e visão de longo prazo
A gestora ressaltou que a diversificação geográfica e a qualidade das terras continuam sendo fatores determinantes para o sucesso da estratégia. Mesmo diante da taxa Selic elevada, atualmente em 14,90% ao ano, as operações do fundo seguem atrativas, com taxas médias de retorno já alocadas em 15,26% ao ano. Isso reforça o caráter resiliente e de longo prazo da tese do Riza Terrax, que busca capturar valorização das terras agrícolas em diferentes ciclos econômicos.
A gestora também indicou que o foco em propriedades produtivas com contratos de arrendamento e opções de compra anuais cria uma estrutura de receita estável, enquanto mantém espaço para ganhos expressivos com eventuais alienações. Esse equilíbrio entre renda e valorização patrimonial é um dos pilares da atual reestruturação da carteira.
Panorama do agronegócio
O relatório apresentou ainda uma análise detalhada do cenário agrícola brasileiro, com destaque para o avanço do plantio da soja e a recuperação das condições climáticas em regiões estratégicas do Centro-Oeste. O volume de exportações em setembro foi recorde, com 6,5 milhões de toneladas embarcadas, sustentando a demanda e ajudando a manter os preços internos em torno de R$ 133,62 por saca de 60 kg.
No mercado de milho, o início da semeadura da safra 2025/2026 vem ocorrendo em ritmo ligeiramente abaixo do ciclo anterior, mas o Brasil segue com forte presença no comércio exterior. As exportações somaram 7,56 milhões de toneladas em setembro, mantendo o escoamento ativo e reforçando o papel do país como um dos principais fornecedores globais do grão.
Já no algodão, a nova safra deve ter área estável, com produtores ainda cautelosos devido aos custos e à volatilidade dos preços internacionais. Mesmo assim, o Brasil segue como principal exportador mundial, embarcando quase 180 mil toneladas no mês.
Desempenho e retorno aos cotistas
O RZTR11 distribuiu R$ 1,00 por cota em setembro, o que representa um dividend yield de 1,08% no período. No mercado secundário, a cota variou de R$ 91,82 para R$ 92,90, resultando em um retorno bruto total de 1,18%. Esses números refletem a consistência da estratégia e a solidez operacional do fundo, que mantém foco em ativos geradores de valor dentro do agronegócio.
Com a readequação da carteira e a busca por novas oportunidades em land equity, o Riza Terrax reforça seu posicionamento como um dos principais fundos imobiliários ligados ao setor agrícola brasileiro, equilibrando rentabilidade de curto prazo e valorização patrimonial de longo prazo.