O fundo imobiliário XPIN11, focado em ativos industriais, divulgou seu relatório gerencial destacando sinais claros de recuperação operacional. A distribuição de R$ 0,74 por cota, anunciada em 18 de julho, corresponde a um dividend yield anualizado de 12,6%, calculado com base no valor de mercado de R$ 70,45 por cota ao final do mês. O pagamento está agendado para o dia 25/07/2025.
Apesar de o fundo ainda manter R$ 0,81 por cota em resultados acumulados não distribuídos, provenientes principalmente da venda parcial de ativos em setembro de 2024, a estratégia da gestão segue sendo a de suavizar os rendimentos conforme o fluxo de caixa semestral, respeitando a legislação aplicável.
Inadimplência começa a ceder
Depois de meses pressionado por locatários inadimplentes, o XPIN11 obteve progresso: em junho, a inadimplência correspondeu a 6,0% da receita de locação, redução significativa frente aos meses anteriores. Essa inadimplência envolve apenas dois locatários, o que mostra um avanço relevante nas tratativas.
O fundo ainda possui R$ 7,2 milhões em aluguéis acumulados não pagos, incluindo multas, com destaque para os seguintes casos:
- Polishop: aguarda a homologação do plano de recuperação judicial para iniciar pagamentos;
- Confort: já sofreu ação de despejo em abril e apresentou defesa;
- Sogefi: quitou boa parte da dívida, restando R$ 700 mil pendentes;
- Acqualimp: acionada judicialmente em janeiro, apresentou defesa em maio.
Além das ações legais, a gestora reportou o recebimento da primeira parcela do seguro locatício em 16/07/25, reforçando o caixa do fundo enquanto busca acordos comerciais com os inquilinos.
Expansão e queda futura na vacância
A locatária Smart assinou um aditivo contratual que amplia sua área locada em 2.776 m² no condomínio CEA, com início de vigência em 1º de agosto. Com isso, a vacância física, atualmente em 5,6%, cairá para 4,5% no próximo mês, melhorando a ocupação do portfólio.
A gestão e a BBP continuam em ações ativas para prospecção de novos inquilinos e para venda de ativos estratégicos. Essas iniciativas visam otimizar a estrutura de capital e gerar ganhos para os cotistas, como já ocorrido em vendas anteriores.
Distribuição será acima de 95% no semestre
Para cumprir a exigência legal (Art. 10 da Lei 8.668/93), a gestora confirmou que mais de 95% dos lucros apurados em regime de caixa serão distribuídos no semestre. Essa prática visa manter a transparência e o alinhamento com os interesses dos cotistas.
Conclusão
Mesmo enfrentando desafios com inadimplência, o XPIN11 demonstra uma recuperação gradual, com avanços na ocupação, no recebimento de valores pendentes e no fortalecimento da estratégia de distribuição. Com um dividend yield de dois dígitos e perspectivas mais positivas para agosto, o fundo volta a atrair os olhares dos investidores que acompanham o setor industrial.